Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Sustentabilidade

É preciso planejamento para que não haja falta d’água

Neste Dia Mundial da Água, FecomercioSP lembra a importância desse recurso natural para o planeta

Ajustar texto A+A-

É preciso planejamento para que não haja falta d’água

O País utiliza, em média, apenas pouco mais da metade de seus recursos hídricos na Economia
(Arte: TUTU)

A água é um recurso natural essencial para a sobrevivência dos seres vivos e para a manutenção de todas as atividades produtivas. Pensando na importância desse bem tão precioso, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1992, o Dia Mundial da Água. A data é comemorada sempre no dia 22 de março, e o tema escolhido neste ano para discussão é “Soluções naturais para a água”.

A assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez, ressalta as importâncias da data e da discussão constante sobre os impactos ambientais, econômicos e sociais decorrentes da ação humana.

Veja também:
Conheça os finalistas da 6ª edição do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade
Sustentabilidade é respeitar limites, afirma Zysman Neiman
Hidrelétricas na Amazônia, por José Goldemberg

Ela cita como exemplos o descarte irregular de resíduos sólidos, o despejo de efluentes líquidos, o consumo desenfreado de água potável, a ineficiência dos sistemas de distribuição com altos índices de perdas (no Brasil, a perda média ainda é de 38%) e a canalização desnecessária dos córregos.

“Existem enormes quantidades de água em certas regiões do mundo, como na Amazônia, mas, nas regiões mais populosas do mundo, como São Paulo, a água não é abundante. Para garantir que não haja falta d’água, é preciso um planejamento que proteja o sistema da ausência ocasional de chuvas – como ocorreu na crise de 2014-2016, em que os reservatórios como o da Cantareira foram praticamente exauridos”, relembra Cristiane.

Entre 2014 e 2015, os moradores da Região Metropolitana de São Paulo passaram por uma grave crise hídrica. A superação só foi possível por meio de obras de interligação dos reservatórios, combate às perdas por redução de pressão nos dutos de distribuição e, principalmente, pela conscientização da população, que reduziu o consumo em 15%.

Para promover a conscientização do uso da água, a FecomercioSP disponibiliza uma cartilha com orientações para o empresário do setor de comércio e serviços sobre o uso consciente da água. Para acessar, clique aqui.

Além disso, a Federação promove tradicionalmente o Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, atualmente em sua sexta edição. A premiação tem como base os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) elencados pela ONU. Um deles é justamente assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento até o ano de 2030.

Estudo inédito
Para conservar a água e evitar a escassez, o uso desse recurso é muitas vezes monitorado por órgãos públicos e outras instituições. Neste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um estudo inédito sobre o assunto.

A pesquisa “Contas Econômicas Ambientais da Água (CEAA)” revelou que 3,2 trilhões de metros cúbicos de água foram retirados em 2015 do meio ambiente para serem usados em alguma atividade econômica. As atividades agrícolas (agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura) consomem 77,6% da água, enquanto a indústria de transformação e construção 11,3%, os serviços de água e esgoto 7,4%; as indústrias extrativas 0,9%, eletricidade e gás 0,3% e as demais atividades 2,4%.

O volume consumido de água (em litros) para cada real de valor adicionado bruto gerado pelas atividades mostra que o setor agrícola (composto pelas atividades citadas acima) é o maior do País, principalmente pela necessidade de grande quantidade de água para a irrigação. Em 2015, foi de 91,58 litros/R$. Já as atividades de comércio de bens e serviços, telecomunicações e transportes é o menor, com 0,20 litros/R$.

O estudo mostrou ainda que, em 2015, o total de água disponível na superfície do território brasileiro era de 6,2 trilhões de metros cúbicos, enquanto que em 2014, esse número chegou a 7,6 trilhões de metros cúbicos, caindo a disponibilidade de 37,3 mil para 30,4 mil m³/hab/ano. No período, o uso de água total pelas famílias caiu de 114 para 108 litros / hab/ dia.

Os indicadores apresentados no CEAA permitem descrever a relação entre a economia e o meio ambiente, analisar a participação da água na demanda das famílias e nas variadas atividades econômicas, permitindo avaliar o impacto destas atividades sobre os recursos hídricos. Sendo assim, uma ferramenta importante para auxiliar nas políticas públicas de gestão da água.

Soluções naturais para a água
No 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília, foi apresentado no último dia 19 o Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento da Água, intitulado “Soluções baseadas na natureza para a água”. O relatório demonstra como as soluções baseadas na natureza oferecem um meio vital de se deslocar além do business-as-usual para enfrentar muitos dos desafios da água no mundo, ao mesmo tempo em que oferece benefícios adicionais vitais para todos os aspectos de desenvolvimento sustentável.

De acordo com o documento, atualmente, a gestão da água continua fortemente dominada pela infraestrutura tradicional (“cinza”), construída pelo ser humano, e o enorme potencial para as soluções baseadas na natureza permanece subutilizado. As soluções naturais para a água incluem infraestrutura verde que pode substituir, aumentar ou trabalhar em paralelo com a infraestrutura tradicional de forma econômica. O objetivo é encontrar a combinação mais adequada de investimentos verdes e cinzas para maximizar os benefícios e a eficiência do sistema.

O relatório aponta que as soluções baseadas na natureza para a água são fundamentais para alcançar a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030 porque também geram benefícios sociais, econômicos e ambientais, incluindo saúde humana e meios de subsistência, segurança alimentar e energética, crescimento econômico sustentável, empregos dignos, além de reabilitação e manutenção de ecossistemas.

Fechar (X)