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Economia

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PIB FRACO
Impacto nas famílias

População vê queda da renda e aumento do risco de desemprego
Famílias brasileiras sentem os impactos da deterioração das condições econômicas do País

Os problemas econômicos e políticos travaram a economia brasileira neste primeiro trimestre. Mesmo com o ajuste fiscal anunciado, mas ainda não implementado completamente, os empresários que esperavam uma melhora no início de ano e tentavam não demitir, agora veem a degradação do cenário e sentem o peso do aumento de custos como energia, IPTU e produtos importados, entre outros, o que torna as demissões praticamente inevitáveis.

Diante da deterioração das condições econômicas brasileiras, a população vê mensalmente sua renda diminuir e o risco de perder seu emprego aumentar. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, somente o comércio varejista na Região Metropolitana de São Paulo apresentou saldo negativo de quase 17 mil postos de trabalho entre janeiro e fevereiro deste ano – o pior resultado em oito anos.

O Produto Interno Bruto do primeiro trimestre de 2015 certamente virá negativo; a expectativa é que encerre o ano com retração de 0,5%. Em 2014, o PIB registrou crescimento de 0,1%, graças às mudanças metodológicas. Além de permitir o resultado ainda positivo, a revisão do cálculo contribuiu para inflar alguns números, como a taxa de investimento ante o PIB, que encostou nos 20% e, anteriormente, se posicionava na casa dos 17%.

A alteração, no entanto, não muda a tendência e a gravidade do problema. Desde o terceiro trimestre de 2013, a taxa de investimento vem caindo em relação ao trimestre anterior, o que significa seis retrações consecutivas.

Cada mês de prorrogação dos ajustes necessários só piora o quadro. Para mudar o cenário, é urgente que a reforma fiscal seja aprovada e que haja um norte claro e evidente na política econômica para que a tomada de decisões, principalmente, de investimentos, possa recuperar o ciclo positivo de renda, emprego e consumo.

CONCESSÕES
Obstáculos e estímulos

Governo precisa promover reparos no programa de concessões
Desafio é criar condições para agenda positiva com foco prioritário em setores da infraestrutura

O governo federal tem dois grandes desafios neste momento econômico delicado do País: promover ajustes na área fiscal com o objetivo de reequilibrar as contas públicas e criar condições para promover uma agenda positiva centrada nos investimentos, especialmente, em setores da infraestrutura, para atrair o empresariado. Para tanto, as concessões de serviços públicos à iniciativa privada são fundamentais.

As próximas privatizações devem priorizar aeroportos e rodovias, setores considerados de maior atratividade, e prever também a revisão nas regras para leilões em ferrovias, bem como estudos para a licitação de hidrovias e serviços de dragagem em portos.

Além da importância estratégica desses projetos para atender demandas de setores da atividade econômica, há a expectativa de que as novas concessões contribuam com receita adicional para viabilizar, já a partir de 2015, a meta de superávit primário.

As circunstâncias, no entanto, pedem atenção e reparos no programa de concessões, coordenado pelo Ministério do Planejamento, pois, no primeiro mandato, cometeram-se equívocos, entre improvisos, indefinições e ingerências nas regras e nos modelos, o que gerou o desinteresse de investidores privados e deu margem à paralisação ou suspensão de licitações e leilões e ao desgaste da credibilidade governamental.

Portanto, apesar da avaliação positiva e da disposição das autoridades, é preciso ter cautela diante de alguns obstáculos, como o próprio ajuste fiscal em curso, por seu impacto negativo sobre setores e agentes públicos e privados ligados ao programa, o que abrange privatizações realizadas a partir de 2012 e também a viabilidade de futuras concessões.

São fatores traduzidos por restrições orçamentárias que afetam órgãos públicos, ministérios e bancos oficiais, além de gerar suspensões ou atrasos nos repasses a empresas prestadoras de serviços, o que se desdobra em paralisações e atrasos em cronogramas de obras, no descumprimento de prazos, em elevação de custos e demissões de trabalhadores, em um processo que compromete projetos, a gestão financeira de empresas e frustra a expectativa dos investidores.  

É preciso considerar também dois fatores que poderão ampliar as dificuldades do governo nas futuras concessões: a impossibilidade de participação de grandes empreiteiras sob investigação na Operação Lava Jato e a hipótese de rebaixamento do grau de investimento do País pelas agências de classificação de risco.

Diante do cenário atual, o governo precisa implementar ações que viabilizem e acelerem os investimentos na área da infraestrutura, com estímulo à participação do setor privado.

Nesse sentido, merece destaque o recente decreto federal com novas regras para os Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs), que permitem ao setor privado elaborar estudos em relação ao empreendimento, avaliar seus custos e ganhos potenciais, além de proporcionar maior segurança jurídica às empresas interessadas, inclusive às de menor porte e às estrangeiras, o que pode representar um passo importante rumo ao avanço das futuras concessões.

TURISMO
Queda nos gastos

Caem gastos dos brasileiros no exterior
Quantia somou U$$ 1,477 bilhão em fevereiro – menor nível desde 2011

Os gastos dos brasileiros no exterior registraram queda em fevereiro deste ano e somaram U$$ 1,477 bilhão – o menor nível desde o mesmo mês em 2011 (US$ 1,33 bilhão). Em janeiro, os gastos dos brasileiros em viagens internacionais haviam alcançado US$ 2,2 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Banco Central do Brasil.

Os turistas estrangeiros, por sua vez, gastaram US$ 507 milhões no Brasil em fevereiro. O resultado é ligeiramente menor do que o registrado em janeiro (US$ 555 bilhões). No mesmo mês do ano passado, os estrangeiros gastaram US$ 592 bilhões no País. O saldo da conta de viagens ficou negativo em US$ 970 milhões em fevereiro, ante um resultado deficitário em US$ 1,7 bilhão no mês anterior.

A alta do dólar explica, em parte, os resultados referentes aos gastos brasileiros no exterior, mas também é preciso levar em conta que muitas viagens são planejadas com antecedência, incluindo a compra de moeda estrangeira.

No que diz respeito aos gastos dos estrangeiros no Brasil, com um cenário mundial de desaceleração econômica, viajar pelo País também se tornou mais caro em decorrência da alta da inflação e da crise hídrica em algumas regiões brasileiras, além dos problemas de infraestrutura.

É importante ressaltar que, ao contrário dos brasileiros que vão ao exterior para realizar compras, o turista estrangeiro vem ao Brasil para conhecer as belezas naturais (turismo de lazer), o que faz com que seu gasto seja relativamente menor. Muitos visitantes também vêm ao País para realizar o denominado “turismo de negócios”.

Para os brasileiros, o custo de se viajar internamente também é considerado elevado. Para melhorar esse quadro, é preciso rever a política adotada pelos agentes turísticos no que diz respeito a preços, qualidade no atendimento e oferta de serviços, além de criar medidas de estímulo a viagens por cidades brasileiras, o que favorece a economia local.

TERMÔMETRO

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