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Economia

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CONSUMO
Bens essenciais

Queda no consumo chega aos bens essenciais
Preocupado com as futuras condições de emprego e renda, consumidor se mostra cada vez mais cauteloso com orçamento familiar

Diante de uma conjuntura econômica desfavorável, com baixo crescimento econômico e inflação em alta, o consumidor se mostrou mais cauteloso com o orçamento familiar em 2014, período em que esteve preocupado com as futuras condições futuras de emprego e renda, buscando quitar dívidas antigas.

A inflação na região metropolitana de São Paulo medida pelo Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), registrou elevação máxima histórica, de 1,55% em março e de 7,63% em 12 meses. Ainda no acumulado de 12 meses, os preços de itens como energia elétrica residencial e gasolina apresentaram alta de 72,7% e 9,8%, respectivamente.

A alta de preços pesa sobre o orçamento das famílias e reflete nas vendas do varejo, que recuaram 2,8% no Estado de São Paulo no ano passado, de acordo com dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), realizada mensalmente pela FecomercioSP.

As quedas mais acentuadas foram observadas nos setores de bens duráveis, dependentes de crédito, como veículos, eletrodomésticos e eletrônicos, enquanto os setores ligados a bens essenciais (alimentos e higiene) conseguiram mostrar um bom desempenho. A tendência fica evidente ao observar os dados anuais de vendas, segmentados por grupos, duráveis e não duráveis, conforme a tabela abaixo.

No entanto, com a elevação das taxas de juros, a elevação nos preços da gasolina e da energia elétrica, entre outros ajustes realizados na política econômica, com impacto direto no orçamento das famílias, os primeiros dados de 2015 mostram uma mudança de cenário. Apesar de encerrar o ano com um crescimento acumulado de 2,2%, o setor de supermercados mostra desaceleração nas vendas desde junho.

Uma pesquisa realizada pela consultoria Nielsen revelou que as vendas de alimentos, que no início de 2014 cresceram 5,9% no comparativo anual, neste ano apresentaram leve queda de 0,1% em relação a 2014. Mesmo alimentos tidos como básicos – pão, macarrão, peixe enlatado e açúcar – apresentaram queda nas vendas.

ECONOMIA
Indicadores de confiança

Indicadores de confiança da FecomercioSP mostram deterioração do cenário econômico desde 2013
Atualmente, Índice de Confiança do Consumidor (ICC), Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) estão em seu patamar mais baixo

Desde o final de 2013, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) alerta governo, mercados, analistas e imprensa que o modelo de crescimento baseado no consumo havia se esgotado. Além do bom senso econômico, que indica não ser possível manter a demanda acima da oferta indefinidamente, a Entidade baseia suas projeções em seus indicadores antecedentes.

Os principais deles – Índice de Confiança do Consumidor (ICC), Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) – atingiram o seu menor patamar em março, quando o ICC registrou 106,9 pontos; o ICF, 105,7; e o ICEC, 90,55. Os dados são referentes ao município de São Paulo. No comparativo anual, os mesmos índices chegaram a 125,8 pontos, 122,9 e 110,9, respectivamente – queda acentuada para o período de apenas um ano. A tendência é de continuidade de resultados ruins em abril.

Pelo gráfico acima, é possível verificar que a retração, de forma geral, começou entre meados e o final de 2013, sem momentos de alívio mais recentemente. Desde o final de 2013, a FecomercioSP alerta sobre a inflação elevada, a desaceleração das vendas, a desordem das contas públicas e a queda dos empregos na indústria, que atingiram toda a economia.

Para a Entidade, não é surpresa que o Boletim Focus do Banco Central demonstre, semana após semana, piora em suas perspectivas. E ainda não há sinais de que o processo tenha chegado ao ponto de reversão.

As medidas corretivas, que hoje pautam as discussões, mas não foram efetivamente adotadas, teriam custos menores para a sociedade, em termos de emprego e renda, e para os empresários, em termos de investimento, se tivessem sido colocadas em prática anteriormente.

PAÍS
Reforma do Estado

Brasil precisa priorizar Reforma do Estado para conquistar eficiência e modernidade
Questões como funções e abrangência do Estado precisam ser repensadas na busca por mais justiça, eficiência e modernidade no País

Diante do ambiente político-econômico adverso, é oportuno o debate no Senado sobre proposições relacionadas à reforma política. Mudanças nas relações e no comportamento de políticos e partidos são necessárias para contribuir com mais transparência e disciplina na administração pública.

Apesar da importância de outras reformas, o País precisa priorizar a Reforma do Estado, por seu papel, abrangência e implicações, na busca por mais justiça, eficiência e modernidade. Embora o tema já tenha sido alvo de inúmeros debates ao longo do tempo, as discussões não resultaram em ações que levassem ao aperfeiçoamento do aparelho estatal. No entanto, o cenário crítico atual justifica novos debates.

A Reforma do Estado requer a análise de inúmeras questões, como seu gigantismo, o elevado custo para a sociedade e a oferta de serviços de baixa qualidade, inclusive em áreas essenciais, como saúde, educação, segurança e saneamento.

Quanto ao papel do Estado, é preciso reavaliar suas funções na regulação de setores e disciplinamento dos mercados, na formulação de políticas públicas, de políticas de fomento à pesquisa tecnológica e inovação, de políticas de apoio setoriais, abrangendo o setor privado e formas de cooperação, entre outros.

O tempo de reformas começa a se impor diante das deficiências estruturais do País, refletidas em todos os setores e preservadas em nome de interesses políticos e econômicos. Adiar as reformas implicará no continuísmo alternado entre avanços e retrocessos que acompanha o País indefinidamente.

TERMÔMETRO

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