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Economia

EconoMix Digital nº 108

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EconoMix Digital nº 108

CONSUMO
PIB baixo

Brasil deixa de contar com consumo para crescer
Com economia brasileira próxima do crescimento zero, setor de serviços é o que mais preocupa analistas

A taxa de crescimento do País deve se aproximar de zero já no terceiro trimestre deste ano. A tendência ficou evidenciada depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao segundo trimestre de 2014. No período, o PIB encolheu 0,6% em relação ao primeiro trimestre do ano e recuou 0,9% na comparação com o mesmo trimestre de 2013. Em quatro trimestres, o resultado é positivo em 1,4%. No ano, o crescimento é de apenas 0,5%.

A queda superou as expectativas pessimistas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Até a divulgação dos últimos dados, a Entidade trabalhava com uma taxa de crescimento entre 0,5% e 1%. A revisão deve trazer esta faixa para algo entre 0% e 0,5% - o antigo “piso” se torna o novo “teto”.

Entre os segmentos analisados, o que mais preocupa é o setor de serviços, sustentáculo do atual modelo econômico. Na comparação entre o segundo trimestre deste ano e o mesmo período de 2013, o setor apresentou crescimento de apenas 0,2%. Dentro de serviços, o quadro é pior porque, ao extrair a parte do governo, o crescimento provavelmente já é zero.

A queda da indústria é bastante relevante, mas já era antecipada por quase todos os analistas. Isso indica que a indústria já passa há tempos por uma redução de seu tamanho e capacidade produtiva, e não há perspectivas de melhoria a curto e médio prazos. A tendência é de que o crescimento industrial registre taxas negativas também em 2015.

Causa apreensão ainda o fato de que a agropecuária - setor mais produtivo e competitivo do País - apresente crescimento zero em relação ao segundo trimestre do ano passado. Se o Brasil já não contava com a indústria para crescer nos últimos anos, agora não poderá mais contar com o consumo e também com o setor agropecuário.

No caso do consumo, é preocupante a provável insatisfação que esse quadro, se prolongado e/ou aprofundado, deverá gerar. Mesmo com o baixo crescimento do PIB na última década (média inferior a 2,5% ao ano), o consumo crescia a taxas elevadas, muitas vezes de dois dígitos. Isso garantia às famílias a sensação - fundamentada - de crescente bem-estar e conforto e também empregos em profusão no setor de serviços, o que manteve a taxa de desemprego baixa apesar do desempenho muito ruim do PIB em geral, principalmente, na indústria.

Com a provável perda deste suporte de conforto (consumo), o Brasil terá de enfrentar a insatisfação da população, desemprego e queda da confiança generalizada. Os dados indicam claramente que, além de 2014, o ano de 2015 também deverá ser bastante difícil sob o prisma do mau humor entre os consumidores em geral.

CARTÕES
Uso crescente

Cartões movimentam R$ 455 bilhões no 1º semestre de 2014
Montante representa crescimento de 16,3% em relação ao mesmo período do ano passado

Os cartões de débito e crédito movimentaram R$ 455 bilhões no primeiro semestre de 2014, o que representa expansão de 16,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 4,8 bilhões de transações com cartões nos primeiros seis meses do ano - crescimento de 12,3% em relação a igual período de 2013. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS).

Do total movimentado, R$ 291 bilhões se referem aos cartões de crédito - alta de 13,5%. Quanto ao número de transações com cartão de crédito, houve um crescimento de 9,5%, para 2,3 bilhões. O gasto médio no cartão de crédito caiu de R$ 87,7 no primeiro semestre de 2013 para R$ 83,4 no mesmo período deste ano.

Com relação aos cartões de débito, o total movimentado no primeiro semestre de 2014 foi de R$ 164 bilhões - alta de 21,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. O número de transações com cartão de débito subiu 15%, para 2,5 bilhões. A exemplo do que ocorreu com o cartão de crédito, o gasto médio no cartão de débito também caiu entre 2013 e 2014, de R$ 44,7 para R$ 43,5.

O resultado do primeiro semestre de 2014 sofreu o impacto da Copa do Mundo no Brasil: os gastos dos estrangeiros no País somaram R$ 1,3 bilhão em junho, o que significa crescimento de 96,9% em um ano e de 55,7% em relação a maio.

A ABECS também aponta que a taxa média cobrada dos estabelecimentos a cada transação com cartão de débito ou crédito caiu entre 2008 e 2014, de 2,98% para 2,72% por operação.

Para 2014, a expectativa da ABECS é de que os cartões de crédito e débito movimentem R$ 1 trilhão no País. Se confirmado, o montante representará expansão de 17% em relação a 2013.

O crescimento do uso dos cartões, tanto para débito quanto para crédito à vista ou parcelado, está relacionado ao crescimento da renda nos últimos 10 anos, sobretudo das classes mais baixas, e à maior bancarização da população brasileira.

Importante para a economia como um todo, essa diversificação dos meios de pagamento é vantajosa ao consumidor, que não fica dependente apenas do dinheiro físico e conta com maior segurança porque, em caso de perda ou roubo, é possível efetuar o bloqueio do cartão, o que evita prejuízos maiores, principalmente, na compra de produtos de grande valor.

VESTUÁRIO
Vendas online

Setor de moda lidera vendas online pela primeira vez
Peças de vestuário e acessórios ultrapassaram produtos culturais no comércio eletrônico, segundo pesquisa Ibope E-commerce

O setor de moda e acessórios ultrapassou o segmento de cultura e chegou à liderança das vendas online no País pela primeira vez. Entre maio e junho, foram comercializados mais de 7 milhões de peças de vestuário e acessórios pela internet ante 5,5 milhões de produtos culturais, como livros e DVDs, até então líderes das vendas virtuais. Em seguida, aparecem os setores de beleza e saúde, com 2 milhões de itens comercializados; informática, com 1,5 milhão; e telefonia, com 1,3 milhão. Os dados são da pesquisa Ibope E-commerce.

O resultado mostra que escolher uma roupa sem experimentar não é mais obstáculo para o e-commerce de moda. Com o avanço da tecnologia e o crescimento do acesso à internet no país, o segmento caiu no gosto do consumidor digital. De acordo com a pesquisa Ibope E-commerce, o faturamento das 50 maiores lojas de comércio eletrônico de roupas chegou a R$ 1,5 bilhão, aproximadamente, nos primeiros seis meses deste ano, com quase 10 milhões de pedidos e um ticket médio de R$ 155.

Neste cenário promissor para o e-commerce no País, o E-bit, referência no fornecimento de informações sobre o comércio eletrônico nacional, aponta que 5 milhões de consumidores fizeram sua primeira compra online no primeiro semestre de 2014, entre os 25 milhões de consumidores que compraram pela internet no período.

O empresário que deseja expandir seu negócio tem na internet uma ótima oportunidade, com sua marca exposta 24 horas e com a possibilidade de vendas em diversas regiões do Brasil. Alguns cuidados, no entanto, devem ser tomados, já que uma compra malsucedida pode se espalhar pela web em comentários negativos.

O principal ponto ao trabalhar com uma loja virtual é oferecer todo o suporte de que o cliente necessita na hora da compra. O consumidor digital acessa várias páginas ao mesmo tempo e costuma realizar suas compras junto com outras atividades. Com o concorrente a dois cliques de distância, o empresário precisa investir em equipamento e equipe de alto desempenho para fechar a venda de seus produtos. Isso vale especialmente para o segmento de moda, em que o consumidor pode apresentar dúvidas sobre o caimento da peça ou a combinação dela com outros itens. Neste sentido, é importante estabelecer um padrão diferenciado para as vendas online e oferecer ao usuário a maior quantidade possível de informações sobre o produto.

TERMÔMETRO

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