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Negócios

Educação digital é essencial para adolescentes que usam a internet

Em época de super exposição nas redes sociais, jovens não têm discernimento suficiente para compreender as consequências de seus atos no ‘mundo virtual’

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Educação digital é essencial para adolescentes que usam a internet

Conforme a pesquisa “Comportamento dos usuários na internet”, realizada pelo Conselho de Tecnologia da Informação da FecomercioSP neste ano, 87,8% dos entrevistados afirmaram ser usuários de redes sociais. Neste cenário, onde as pessoas expõem cada vez mais suas vidas nas redes sociais, é preciso tomar cuidado com o que é exposto. Especialmente quando se trata dos adolescentes que, muitas vezes não têm noção de como o comportamento de agora poderá influenciar em sua vida mais tarde, alerta Alessandra Borelli, advogada e CEO da Nethics, empresa especializada em educação digital. Ela cita ainda o ex-CEO do Google, Eric Shimidt, que disse em uma de suas entrevistas acreditar que, no futuro, os jovens de hoje terão o direito de mudar de nome na vida adulta, dada a sua exposição desenfreada no furor da adolescência. 

“Muitos jovens são mais habilidosos com a tecnologia do que alguns adultos mas, sem dúvida, dada a sua característica de ‘ser em formação’, prevista inclusive no artigo 6° do Estatuto da Criança e do Adolescente, os jovens não dispõem de discernimento suficiente para compreender as exatas consequências de seus atos no ‘mundo virtual’, o que justifica a necessidade imediata de se implementar a educação digital”, pondera a CEO da Nethics.

Abordagem conforme a faixa etária

Iniciativas que visem a educação digital devem considerar os interesses e capacidade de compreensão de cada faixa etária. Metodologias obtidas durante a formação do professor certamente contribuirão para o direcionamento correto da abordagem com cada faixa etária, explica a especialista. “Aproveito para sugerir um cuidado especial também para educação digital da terceira idade conectada, que na Nethics denominamos carinhosamente ‘Jovens Maduros’”, diz. 

Vale lembrar que, segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE, o número de brasileiros “conectados” com 50 anos ou mais quase quadruplicou. Passou de 2,514 milhões em 2005 para 8,101 milhões em 2011, representando um crescimento de 222,3%. Com isso, essa faixa etária responde por 18,4% de todos os internautas do país. 

Marco Civil e a educação digital 

O Marco Civil da Internet estabelece, em seu artigo 26, o dever constitucional do Estado na prestação da educação, em todos os níveis de ensino, e incluindo a capacitação, integrada a outras práticas educacionais, para o uso seguro, consciente e responsável da internet como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico. O artigo seguinte define que as iniciativas públicas de fomento à cultura digital e de promoção da internet como ferramenta social devem promover a inclusão digital, buscar reduzir as desigualdades, sobretudo entre as diferentes regiões do País, no acesso às tecnologias da informação e comunicação e no seu uso; e fomentar a produção e circulação de conteúdo nacional.

Na análise de Alessandra, esta foi uma importante iniciativa promovida pelo Marco Civil. Entretanto, ela pondera, para que se veja na prática o disposto previsto na norma: o país depende de políticas públicas e iniciativas populares. Segundo ela, para disseminar o uso ético, seguro e consciente da internet na rotina digital dos jovens é preciso mais do que aguardar a inclusão da matéria em grade curricular. “Orientações, direcionamentos e práticas de conscientização podem ser promovidas de diversas e criativas formas, além de palestras dirigidas e preparadas de acordo com cada faixa etária e materiais lúdicos cuidadosamente desenvolvidos. O que impede a inserção de textos interessantes sobre ‘educação digital’ na aula de português, matemática, artes e educação fisica, por exemplo?”, sugere. 

No entanto, avalia Alessandra, é improvável que a implementação de providências para a educação digital no Brasil seja feita de forma rápida. Isso porque o Brasil ainda trava uma árdua batalha para acabar com o analfabetismo. E esse cenário deve ser levado em conta. “Dependemos da força de políticas públicas e também iniciativas populares”, reforça. Outros fatores que atrapalham o avanço da educação digital no Brasil, segundo Alessandra, são o hábito da população de “burocratizar tudo” e “coragem para entenderem o conceito”. “Apesar dos problemas, a internet constitui um excelente e promissor avanço da tecnologia e com ética, respeito, responsabilidade e educação é possível tirar o seu melhor proveito”, conclui. 

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