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Negócios

Empresas apostam na experiência e número de idosos no mercado sobe 108%

Companhias têm valorizado vivência profissional e comprometimento de profissionais

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Empresas apostam na experiência e número de idosos no mercado sobe 108%

Números do Ministério do Trabalho e Emprego apontam para maior número de idosos no mercado de trabalho
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis

O número de pessoas com 60 anos ou mais com empregos celetistas cresceu 108%, nos últimos dez anos. De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 2005 terminou com 736,9 mil trabalhadores empregados com esse perfil, número que passou para 1,5 milhão no início deste ano. 

Na opinião do consultor de carreiras da Thomas Case e Associados, Eduardo Bahi, a procura por profissionais mais maduros está relacionada à necessidade que as empresas têm de obter resultados mais rápidos e ao maior comprometimento dos profissionais. 

“Um dos principais fatores para esse movimento no mercado de trabalho é o fato de que profissionais mais velhos são mais flexíveis, aceitam salários menores e estão disponíveis em horários diversos, ao passo que os mais novos querem se dividir entre o trabalho e os estudos”, comenta Bahi. 

Serviços 

Foi justamente a busca por maior comprometimento e confiança que fez com que Airton Carlos Lauriano, proprietário de uma imobiliária em São Caetano do Sul, na grande São Paulo, buscasse um profissional com esse perfil para o atendimento. 

“Além da confiança, um atendente de imobiliária precisa ser bem engajado com as questões do bairro e conhecer os clientes, o que é mais natural para os mais experientes”, diz Lauriano sobre o funcionário Élsio Ribeiro Niero de 65 anos, que está há cinco na função de atendente. 

Para o funcionário, a oportunidade de trabalho foi bem-vinda e o ajudou a complementar a renda familiar: “Acredito que a minha facilidade de comunicação também contribuiu para o bom desempenho da função”. 

Estagiário sênior 

A equipe da agência DMV Comunicação, na capital, também conta com um funcionário da terceira idade. José Guilherme Lobarinhas, de 68 anos, começou este mês como estagiário sênior e está em fase de interação com os vários departamentos da empresa. 

O diretor da agência, Sérgio Molina, conta que se inspirou na comédia americana Um senhor estagiário, protagonizada por Robert De Niro, para criar a vaga. Ele pretendia receber cerca de 50 currículos de candidatos: “Mas, foram mais de 980, o que nos surpreendeu muito e exigiu empenho para a seleção”. 

Segundo Molina, a intenção era não somente dar uma oportunidade a um idoso, mas permitir o compartilhamento da experiência de uma pessoa mais velha. 

Lobarinhas estava sem trabalho há um ano e havia decidido se aposentar por conta da crise econômica do País: “Com a vaga e a minha contratação, não sou só eu que estou sendo beneficiado. Creio que estou contribuindo também para que as pessoas jovens mudem seu olhar diante dos idosos, valorizando-os mais”. 

Varejo 

Os números de emprego no varejo não são positivos. O comércio no Estado de São Paulo iniciou este ano com 20 mil postos de trabalho a menos. O dado integra a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP) realizada mensalmente pela FecomercioSP, com base nos dados do MTE. 

Mesmo nesse cenário negativo, o segmento de supermercados foi um dos que registrou elevação no estoque de funcionários, com alta de 1,3%. Justamente essa área do varejo é uma das que mais oferece oportunidades aos idosos. 

O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, emprega 3.450 idosos em todo o Brasil. Eles atuam em todos os níveis hierárquicos, desde ajudante de manutenção até chefe de operações e secretário de diretoria.

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