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Sustentabilidade

Expansão agrícola é principal causa de desmatamento na Amazônia

São necessárias políticas públicas para reduzir a derrubada da floresta, que aumentou 16% entre 2014 e 2015

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Expansão agrícola é principal causa de desmatamento na Amazônia

"A solução está na criação de novas medidas, por parte do governo federal, para encorajar as atividades produtivas sustentáveis e a obediência às normas do Código Florestal", diz Goldemberg
(Arte TUTU)

Cinco de setembro, Dia Mundial da Amazônia. O que há para comemorar? Para o presidente do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), José Goldemberg, a resposta é paradoxal, uma vez que houve redução do desmatamento na última década, mas também um aumento no comparativo entre 2014 e 2015. A diminuição do verde na floresta está atrelada, principalmente, à expansão do setor agrícola e requer medidas específicas de combate.

Goldemberg se refere aos dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélites (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento mostra que, em 2015, a derrubada da mata atingiu 5.831 km², expandindo em 16% a destruição da cobertura original, na comparação com 2014.

Porém, quando os indicadores medem um período maior de tempo, os avanços se evidenciam. Dados do Inpe mostram que a área devastada em 2014 (5.012 km²), em relação a 2004, foi reduzida em 79%. O mesmo ocorre quando se coloca o acumulado em 2015 (5.831 km²) frente ao de 2005 (19.014 km²). Nesse caso, a derrubada diminuiu 69,3%.

“A taxa de desmatamento vem oscilando em torno de cinco mil km² ao ano. Ainda é elevada, mas muito menor que a taxa entre 1988 e 2005”, afirma o presidente do Conselho de Sustentabilidade da Entidade.

Sobre a expansão da agricultura como a maior causa para a redução da Floresta Amazônica Goldemberg argumenta que é constatado que o desmatamento recente ocorre principalmente em áreas privadas. “A extração ilegal de madeira, implantação de hidroelétricas e atividade de mineração não têm contribuído significativamente para o quadro.”

Políticas públicas

Segundo ele, a solução está na criação de novas medidas, por parte do governo federal, para encorajar as atividades produtivas sustentáveis e a obediência às normas do Código Florestal, instituído pela Lei Federal nº 12.651/2012.

As ações devem incluir ainda um engajamento dos demais países compreendidos pela
Amazônia (Peru, Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, Suriname,
Guiana, Guiana Francesa), embora seja no território brasileiro o avanço mais preocupante da fronteira agrícola. “São necessárias políticas públicas para o ordenamento fundiário e territorial e o monitoramento e controle ambiental”, diz Goldemberg.

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