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Economia

Índice de Segurança de Crédito atinge menor pontuação da série histórica e inspira alerta no mercado para o risco de inadimplência

Segundo a FecomercioSP, com pouca capacidade de poupar, Índice de Segurança de Crédito das famílias paulistanas cai 8,4% no mês e alcança 74,9 pontos - o menor valor desde junho de 2012

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Índice de Segurança de Crédito atinge menor pontuação da série histórica e inspira alerta no mercado para o risco de inadimplência

A poupança continua sendo a aplicação preferida dos paulistanos, já que foi o principal destino dos recursos de 61,1% das famílias no mês
(Arte/TUTU)

Mesmo com a definição do quadro político e a melhora nas perspectivas econômicas, as famílias paulistanas permanecem cautelosas em tomar empréstimos por conta do alto desemprego. Ao mesmo tempo, o esgotamento das reservas financeiras e a necessidade de complementar o orçamento aumentam o risco na tomada de crédito. É o que mostra a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O Índice de Intenção de Financiamento registrou queda de 17,4% em outubro, na comparação com setembro, passando de 19,1 para 15,7 pontos. No comparativo com o mesmo mês de 2015, houve pequeno recuo de 0,2%. Isso significa que quase 8% dos consumidores paulistanos estão dispostos a tomar crédito nos próximos três meses, muito abaixo dos 10,1% da média histórica.

O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas a partir da posse de reservas financeiras, retraiu 8,4% em outubro na comparação com setembro e atingiu 74,9 pontos - menor valor da série histórica iniciada em junho de 2012 e que ativa o sinal de alerta no mercado de crédito. No comparativo anual o indicador também caiu (-5,5%). Entre os endividados, o índice teve queda mensal de 8,4%, enquanto, entre os não endividados, a retração foi de -8,1%.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, parte desse problema será resolvido com a entrada de recursos do 13º salário já que muitas pessoas optarão por quitar dívidas ao invés de fazer compras de Natal. Além disso, parte das famílias paulistanas deve fazer uma reserva financeira com esse dinheiro. Esse é o comportamento esperado e pode aliviar o risco de crédito já a partir de dezembro. Em 2017, baseada na projeção de uma recuperação mais intensa da atividade econômica, a tendência é a gradativa retomada do mercado de crédito e da redução do risco seja pelo aumento da poupança ou pela redução do desemprego, coisas intimamente correlacionadas.

O Índice de Intenção de Financiamento tende a se manter em patamares baixos nos próximos meses, mas com ligeira elevação em relação ao final de 2015 e início deste ano, sinalizando uma percepção mais otimista da economia.

Aplicações
A poupança continua sendo a aplicação preferida dos paulistanos. Em outubro, 61,1% das famílias afirmaram que a poupança foi o principal destino dos seus recursos, alta de 0,9 ponto porcentual (p.p.) na comparação com setembro. Em outubro de 2015 a proporção era de 71,6%. Apesar de ainda ser a favorita, a poupança perdeu espaço ao longo dos últimos meses tanto para a renda fixa quanto para a previdência privada, diante de juros nominais de 14% e do envelhecimento da população.

A proporção de aplicadores em renda fixa passou de 21,3% em setembro para 20,7% em outubro, queda de 0,6 p.p.. No mesmo mês de 2015, a proporção era de 16,4%. Em contrapartida, a previdência privada passou dos 8,6% em setembro para 10,2% em outubro, alta de 1,6 p.p.. Segundo a FecomercioSP, no futuro próximo a tendência é de que os juros básicos sejam reduzidos e é possível que os consumidores que mantiverem reserva financeira voltem a apostar não somente na segurança da Caderneta de Poupança, mas também olhem para opções como Bolsa de Valores, por exemplo, principalmente vendo o desempenho atual das aplicações do Ibovespa.

Em 2017, com a aprovação das principais reformas do País, a tendência é de que os juros caiam e os preços dos ativos voltem a crescer. Como muita gente está com problemas financeiros e de liquidez (empresas e famílias), a Entidade pondera que a retomada dos preços dos ativos não deve ser muito rápida, mas constante. Com a provável reforma da previdência e com o foco sobre esse assunto, é possível que as aplicações em fundos de pensão e previdência privada ganhem novos adeptos. Segundo a Federação essa é uma tendência que deve favorecer a poupança de longo prazo e deve ser fortalecida na medida em que os jovens estimulem a aceleração do crescimento via investimentos de longo prazo, visando garantir uma velhice mais próspera.

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