Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Negócios

Lojistas comentam proposta de limitar altura de prédios nos bairros

Item faz parte do texto de revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo

Ajustar texto A+A-

Lojistas comentam proposta de limitar altura de prédios nos bairros

Limitar a oito andares o tamanho de prédios nos miolos dos bairros paulistas deve obrigar as incorporadoras a comprarem grandes terrenos para construir conjuntos habitacionais economicamente viáveis. Mas se isso não ocorrer, a proposta vai evitar um grande contingente de pessoas circulando nas ruas mais estreitas da cidade de São Paulo. Essa é uma das principais propostas previstas no Plano Diretor Estratégico, que passará, nos próximos dias, por audiências públicas.

O projeto de lei para revisar o documento busca traçar diretrizes para a capital paulista seguir nos próximos anos, até 2029, a fim de tornar o município mais adequado aos anseios da sociedade, principalmente em questões de habitação, meio ambiente e emprego.

A proposta diz que, nas áreas mais afastadas de estrutura de transporte público, como ônibus, linhas de trem e metrô, será barrada a construção de prédios com mais de oito andares. Já nas áreas com esse sistema mais desenvolvido, estariam liberados os chamados "espigões", com vários andares.

A medida, no entanto, não agradou alguns comerciantes, que temem pelo menor volume de clientes nas regiões que terão edifícios com até oito andares, como para Carmem Ramos, proprietária de uma loja de variedades no centro da capital paulista. "Acho que a medida pode prejudicar porque quanto mais gente no bairro, mais público nós teremos nas lojas e no comércio. Com prédios menores não teremos isso", opina.

O relator do projeto, o vereador Nabil Bonduki (PT), defende que a proposta está bem aceita pela sociedade. "As pessoas não querem que em um bairro só de casas surjam 'espigões' de 20 andares. O Plano busca gerar certo equilíbrio nas áreas mais densas", explica.

Entre os comerciantes de bairro, há opiniões de que permitir a construção de prédios mais altos seria um impulso para os negócios, como afirma Adjane Barreto, que trabalha em uma cafeteria na região central de São Paulo. "Por aqui, por exemplo, tem prédio de 14 andares e a maioria dos clientes é de lá. Acho que limitar a altura atrapalharia bastante. Reduziria bastante o número de clientes. Se liberar prédios maiores, seria mais tumulto, mas acho que ajudaria mais o comércio", diz.

Para o presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP, Jorge Duarte, a oportunidade da proposta está em incentivar os negócios nos locais em que forem permitidos os prédios mais altos, como nas regiões onde existem corredores de ônibus ou ainda nos “mini-adensamentos” que podem surgir nos bairros. "É necessário o incentivo ao desenvolvimento de empreendimentos de comércio e serviços que supram as necessidades dos lugares que ficarão mais adensados. Os serviços não podem estar dentro dos prédios, como fitness, lavanderias entre outros, mas sim na localidade. Dessa forma, o tecido social acontece, as pessoas convivem e a localidade se desenvolve", analisa Duarte.

O texto do Plano Diretor Estratégico será debatido em audiências públicas e depois seguirá para votação no plenário da Câmara Municipal.

Fechar (X)