A participação popular tem sido a alternativa encontrada por moradores de São Paulo para tornar a cidade mais agradável e solucionar os problemas de seus bairros. O distrito de Mandaqui, na zona norte da cidade de São Paulo, é um exemplo desse empenho popular.

Por lá, moradores engajados no Movimento MandoAqui se reuniram no dia 29 de abril para iniciar a elaboração conjunta do Plano de Bairro do distrito, composto pelos bairros Lauzane Paulista, Vila Aurora, Vila Romana, Pedra Branca, Horto Florestal e o próprio Mandaqui.

Para colaborar com esse processo, o presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP, Jorge Duarte, ministrou uma palestra sobre a cartilha "Plano de Desenvolvimento do Bairro: Uma metodologia participativa", desenvolvida pela entidade.

"O meu papel enquanto FecomercioSP foi mostrar justamente o quanto é importante a organização e o trabalho de analisar as informações e os problemas com a comunidade, para que esse documento seja rico e leve efetivamente os anseios locais", explica Duarte.

No encontro foram apresentados os principais passos para que os moradores desenvolvam o plano de bairro como uma ferramenta de melhoria para a região, considerando as principais problemáticas, soluções e, principalmente, idealizando o futuro desejado para o Mandaqui.

Estão entre as principais demandas do distrito ampliar as áreas verdes, reduzir a quantidade de edifícios, melhorar o sistema viário, revalorizar os espaços públicos e incentivar a participação popular na gestão pública. Para alcançar tantas soluções, no entanto, é preciso tempo e planejamento, como explica a conselheira participativa municipal do Mandaqui, Ivonete Nalon.

"Temos que fazer o planejamento para alcançar resultados em cinco ou dez anos. De imediato não vamos conseguir nada. Na palestra, Jorge Duarte falou para não nos frustrarmos e seguirmos em frente, que é preciso batalhar", assinala Ivonete.

O presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP ressaltou para o grupo que o trabalho conjunto entre os moradores tem mais força para indicar, de fato, quais as prioridades do bairro. “Está escrito na cartilha que o ideal não é que alguém decida como o plano de bairro deve ser feito, mas que a comunidade se reúna em pequenos grupos, de quatro ou cinco pessoas, e consiga dizer o que é um problema e como solucioná-lo. Isso é importante para que, depois, esses grupos possam compartilhar com mais pessoas e, daí, surja a inovação e a criação de importantes ideias para a transformação de um bairro”, indica Duarte.

Na reunião do Movimento MandoAqui, Jorge Duarte também destacou itens essenciais nesse processo, como cita Ivonete Nalon. “Precisamos nos programar, planejar e conhecer o bairro. Precisamos ver o que precisa ser feito e, então, trabalharmos junto com as subprefeituras, com outros conselheiros e regiões”, cita. 

A expectativa do grupo é desenvolver o plano de bairro do Mandaqui ao longo do ano para, então, aplicá-lo. Durante esse processo, Jorge Duarte pretende contribuir em momentos intermediários do planejamento a fim de cooperar com a elaboração do documento em linha com a metodologia desenvolvida pela FecomercioSP.