Economia
08/04/2016Mesmo com reajuste de impostos, governo não consegue aumentar arrecadação
Crises econômica e política impactaram o consumo das famílias, resultando na queda de investimentos e do recolhimento federal
Cenário é preocupante e falta uma solução que impulsione novamente a economia brasileira e a arrecadação federal
(Arte/TUTU)
Mesmo com os reajustes de impostos sobre produtos e serviços adotados pelo governo desde o ano passado - na tentativa de equilibrar as contas públicas -, não houve melhora na arrecadação. Pelo contrário: segundo dados divulgados pela Receita Federal, a arrecadação federal alcançou o montante de R$ 218,4 bilhões no primeiro bimestre de 2016, queda de 8,71% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando registrou R$ 239,2 bilhões. Os números foram corrigidos pelo índice oficial utilizado pelo governo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A queda na arrecadação foi motivada pelas crises econômica e política, que se arrastam desde 2015 e vem reduzindo o poder de compra das famílias e os investimentos do setor privado.
Para a FecomercioSP, o cenário atual é preocupante e demonstra que não há no curto prazo alguma solução que impulsione novamente a economia brasileira e, consequentemente, a arrecadação federal. Isso trará impactos significativos para as contas públicas, com aumento do déficit fiscal e da dívida pública.
Destaques negativos na arrecadação
A assessoria técnica da Federação ressalta os tributos que tiveram maior impacto na queda da arrecadação no primeiro bimestre deste ano. A arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caiu 25,5%, passando de R$ 9,9 bilhões para R$ 7,3 bilhões em 2016, afetado pelo recuo acentuado da produção industrial.
No Imposto sobre Importação, houve queda de 18,4%, de R$ 6,9 bilhões para R$ 5,7 bilhões em 2016, reflexo da valorização do dólar e da redução do consumo interno. Para se ter uma ideia, a importação brasileira diminuiu 35,1% no primeiro bimestre de 2016, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Já a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) teve queda de 9,3% da arrecadação, de R$ 18,1 bilhões para R$ 16,4 bilhões em 2016, devido à retração de receita das empresas brasileiras.
O IR (Imposto de Renda) caiu 7,3%, de R$ 68,8 bilhões para R$ 63,8 bilhões em 2016, motivado pelo aumento do desemprego e pelo menor crescimento da renda das famílias.
Os reajustes de impostos adotados pelo governo na tentativa de equilibrar as contas, incidindo sobre produtos e serviços, afetaram automóveis, cosméticos, bebidas, eletrônicos, combustíveis, empréstimos, receitas financeiras das empresas, taxas de fiscalização de serviços públicos, entre outros.
Todos os direitos patrimoniais relativos ao conteúdo desta obra são de propriedade exclusiva da FECOMERCIO-SP, nos termos da Lei nº 9.610/98 e demais disposições legais aplicáveis à espécie. A reprodução total ou parcial é proibida sem autorização.
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/noticia/mesmo-com-reajuste-de-impostos-governo-nao-consegue-aumentar-arrecadacao