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Imprensa

Porcentual de famílias paulistanas inadimplentes tem terceira alta e alcança maior patamar desde maio de 2012

Segundo a FecomercioSP, quase 804 mil famílias na capital paulista não conseguiram quitar suas dívidas até a data do vencimento

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São Paulo, 10 de setembro de 2018 – A proporção de famílias paulistanas endividadas subiu pelo terceiro mês consecutivo ao passar de 53,6% em agosto para 54,5% em setembro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa ficou tecnicamente estável. Atualmente, são 2,13 milhões de famílias na capital paulista que possuem algum tipo de dívida. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A taxa de inadimplência também teve sua terceira alta consecutiva, marcando 20,6% em setembro, a maior desde maio de 2012. Isso significa que são quase 804 mil famílias que não conseguiram quitar suas dívidas até a data do vencimento. De acordo com a assessoria econômica da Federação, em 2012, houve um avanço pontual e, nos meses seguintes a maio, a taxa voltou para um nível próximo de 15%. Atualmente, ela permanece em torno de 20% de maneira persistente.

Outro dado preocupante, é o fato de 9,8% das famílias paulistanas terem declarado que não conseguirão pagar essas dívidas em atraso no próximo mês e, portanto, permanecerão inadimplentes. É a maior taxa desde agosto de 2004.

Em relação ao tempo da dívida em atraso, a Entidade destaca que não houve alteração importante na comparação com agosto. Entretanto, em relação a setembro de 2017, o percentual de famílias com dívidas em atraso por um prazo superior a 90 dias avançou de 49,8% para 56,3%, enquanto o atraso de até três meses caiu de 48% para 41,4%.

O tempo de comprometimento da renda com dívidas ficou similar ao visto em agosto e setembro do ano passado. A média está em 7,5 meses. Para 36,2% das famílias, esse período é superior a um ano.

Na segmentação por renda, fica evidente que as famílias com rendimentos abaixo de dez salários mínimos (SM) estão impulsionando a inadimplência já que 25,5% das famílias dessa faixa declararam ter alguma dívida atrasada em setembro, tecnicamente igual ao maior patamar histórico que foi registrado em agosto, de 25,7%. A inadimplência das famílias com renda superior a dez SM também subiu, de 7,7% em agosto para 8,9% em setembro, porém, na comparação anual, houve recuo de 0,4 ponto percentual.

Segundo a FecomercioSP, a PEIC de setembro indica um quadro preocupante do orçamento doméstico. Há uma persistência na taxa de inadimplência em um patamar histórico elevado e o aumento das famílias que não terão condições de pagar. A alta taxa de desempregados não permite que haja uma melhora nesses números no curto prazo.

De acordo com os dados do Banco Central, é perceptível a acomodação das taxas de juros praticadas aos consumidores, ou seja, não estão mais na trajetória descendente como vinham desde o ano passado, exceto aquelas modalidades em que houve alteração nas regas de uso, como foi o caso do cheque especial.

Isso mostra que o sistema financeiro está observando a dificuldade financeira das famílias, aumentando o risco, e, por isso, torna o crédito cada vez mais seleto, acrescenta a Entidade. Por isso, não há nenhum risco sistêmico de descontrole da inadimplência no País. A consequência desse consumidor cauteloso e endividado, porém, é a menor capacidade de gerar ganhos para economia, sobretudo para o comércio.

Tipos de dívida
O cartão de crédito segue como o principal tipo de dívida. Em setembro, 70,9% das famílias realizaram compras no cartão e precisarão pagar até o vencimento. Na segunda posição, vêm os carnês, com 15,4%, seguidos de financiamento de casa, com 12,1%, e financiamento de carro, com 11,3%. Não houve diferenças significativas tanto na comparação mensal quanto na anual.

Metodologia
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados, aproximadamente, 2,2 mil consumidores na capital paulista.

O objetivo da PEIC é diagnosticar o nível de endividamento e de inadimplência do consumidor. A partir das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: nível de endividamento; porcentual de inadimplentes; intenção de pagamento de dívidas em atraso; e nível de comprometimento da renda. Tais indicadores são observados considerando duas faixas de renda.

A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do comprador com as dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos.

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