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Imprensa

Pressionado pelos alimentos e por combustíveis, custo de vida registra forte alta na RMSP

No acumulado dos 12 meses, grupo de alimentos e bebidas ficou 14,45% mais caro, enquanto aumentos no etanol, na gasolina e no diesel contribuíram para a elevação de 3,90% nos transportes

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Com alta expressiva de 1,02% em fevereiro, os preços dos alimentos e das bebidas ajudaram a puxar o aumento de 0,91% do custo de vida das famílias na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em relação a janeiro, mostra a pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação do grupo de alimentos já é de 12,45%. O custo de vida, por sua vez, também esteve inflacionado no último ano: 5,09%. 

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A elevação dos preços nos alimentos tem como principal consequência um aumento muito maior do custo de vida para os estratos inferiores do que para os que estão nos superiores. Nos últimos 12 meses, essa diferença entre a classe E e a classe A foi de 3,42 pontos porcentuais: enquanto o custo das famílias mais pobres subiu 7,31% no período, essa alta foi de 3,89% para os mais ricos.

O impacto maior, no entanto, foi para a classe D, que teve uma elevação do custo de vida de 7,54% no acumulado do ano. Esse número foi de 5,39% para a classe C e de 4,02% para a classe B.

Para a Federação, em um momento de crise, são as famílias mais pobres que gastam mais com alimentação em proporção à renda que possuem.

Essa explicação é corroborada pelos dados da pesquisa: no acumulado dos últimos 12 meses, o custo de alimentação dos estratos inferiores subiu 7,5 pontos porcentuais a mais do que o dos estratos mais altos: enquanto essa elevação foi de 17,44% para a classe E, foi de 9,89% para a classe A – a maior diferença entre todas as atividades analisadas.

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Em fevereiro, além de alimentos e bebidas, os grupos que colaboraram significativamente para puxar a alta do custo de vida das famílias na RMSP foram o de educação (2,47%) e o de transportes (1,7%). Para a FecomercioSP, enquanto o primeiro passa por uma pressão pontual, resultado do reajuste dos cursos regulares (3,08%) no começo do ano letivo, o segundo se explica por uma conjunção de fatores, principalmente câmbio e commodities, que impactaram no preço do etanol (9,04%), da gasolina (6,14%) e do óleo diesel (3,43%).

Já no acumulado do ano, depois do grupo de alimentação, o que mais se destaca é o de artigos do lar, que registra inflação de 9,75%. Esse aumento se dá por causa da demanda das pessoas por itens domésticos em meio ao recrudescimento das medidas de isolamento impostas pelas autoridades no momento que o País vive o auge da pandemia de covid-19. Chama a atenção, da mesma forma, a alta de 3,99% dos transportes – grupo que vem sendo inflacionado desde o ano passado pelos reajustes dos combustíveis.

Varejo e serviços seguem em alta

O Índice de Preços no Varejo (IPV), da mesma forma, segue inflacionado: a alta de 1,47% em fevereiro aumentou ainda mais a elevação do acumulado dos últimos 12 meses, que agora está em 9,32% – estava em 7,51% em janeiro.

O grupo mais inflacionado em fevereiro foi o de transportes (3,19%), assim como o de alimentos e bebidas (1,54%). No entanto, diferente do custo de vida, os estratos sociais sentiram quase que igualmente o peso da inflação do varejo em fevereiro: para uma pessoa da classe E, por exemplo, o aumento dos preços de produtos alimentícios foi de 1,44% em relação a sua renda, enquanto, para alguém da classe A, foi de 1,45%. A camada mais impactada foi a B, com alta de 1,65%.

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Considerando o intervalo entre fevereiro de 2020 e o mesmo mês deste ano, são os preços da alimentação que se sobressaem: alta de 21,24%, seguidos pelos aumentos em artigos de residência (10,49%), habitação (9,22%) e transportes (7,48%).

Por fim, o Índice de Preços de Serviços (IPS) segue a mesma lógica inflacionária: subiu 0,32% em fevereiro em comparação a janeiro, com variação pequena no intervalo dos últimos doze meses (0,76%). A variável que mais subiu foi a de educação (2,66%), impactada pelo começo das aulas em escolas e universidades.

Nota metodológica

CVCS
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.

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