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Negócios

Reajuste na conta de energia pode afetar comércio no interior de SP

Porém, comerciantes dizem que ainda não sentiram efeitos do aumento médio de 17,97% para os consumidores de baixa tensão, que incluem comércio e serviços

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Reajuste na conta de energia pode afetar comércio no interior de SP

Em abril, a CPFL Paulista foi autorizada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a reajustar as tarifas cobradas de seus consumidores. O comércio deverá ser afetado, já que o reajuste para os consumidores de baixa tensão, que além de residências incluem comércio e serviços, será um aumento médio de 17,97%. A CPFL Paulista, empresa  de capital privado fundada há 100 anos, opera na distribuição, geração e comercialização de energia elétrica para 3,8 milhões de consumidores em 234 municípios no interior do Estado de São Paulo. Serão afetados os consumidores de cidades como Bauru, Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e região.
 
Para alguns comerciantes, no entanto, o aumento na tarifa de energia elétrica ainda não foi sentido. “Em abril o valor cobrado foi similar aos meses anteriores. Não temos nenhuma medida especial para reduzir energia, mas se aumentar a conta no futuro precisaremos definir alguma ação”, relata o comerciante Fernando Willian, proprietário do pet shop Pet Dog, em Campinas, acrescentando que os utensílios que mais gastam energia no local são os secadores.
 
Em Bauru, o aumento foi sentido, mas de forma tímida. É o que diz a auxiliar administrativa da Kit Star Distribuidora de Vidros, Marlene Araújo. “Sentimos que a conta de luz aumentou nesse mês, mas não foi um aumento significativo”, alega. Para ela, caso a conta continue aumentando, será difícil reduzir o consumo pois a maior parte da energia é utilizada no funcionamento dos computadores, que ficam ligados o dia inteiro. “Quando não tem ninguém em alguma das salas, nós apagamos as luzes e os computadores”, acrescenta Marlene.  “Por enquanto a conta continua vindo com o mesmo valor que os outros meses”, indica Viviane Batistella, gerente da loja Aquamarine Moda Feminina e Cosméticos, localizada em Ribeirão Preto. Segundo Viviane, o fato de o empreendimento funcionar apenas durante o dia – das 9 às 18 horas – contribui para o consumo menor de energia, já que a loja é pequena e o horário permite que o local seja bem iluminado pela luz solar.
 
Risco de racionamento

Com algumas regiões do país passando por um grave período de seca, como é o caso do estado de São Paulo, especialistas já cogitam que a falta de água poderá interferir na geração de energia. Em entrevista ao Wall Street Journal, o presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, descartou a possibilidade de racionamento, mas alegou que os preços precisam subir mais rapidamente para que o consumo seja reduzido. Na análise da assessora do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez, medidas simples poderiam auxiliar os comerciantes na redução do consumo de energia. Por exemplo: trocar lâmpadas antigas por mais modernas, que consomem menos energia, além de instalar sensores de presença em locais que não necessitam ficar com a luz acesa o tempo todo (é o caso dos banheiros). “São coisas simples que podem ajudar a reduzir o valor da conta e o consumo no futuro. É um investimento que logo se paga”, observa Cristiane.

Dependendo do tamanho do comércio também é vantagem instalar placas solares para aquecer a água e gerar energia para abastecer o próprio estabelecimento. Isto é possível desde o ano passado, quando a Aneel regulamentou as regras da Microgeração Distribuída de Energia. A norma permite a instalação de placas fotovoltaicas ou aerogeradores no local, seja residência ou empresa, para a produção de energia. Se a energia produzida for maior do que a quantidade consumida, a empresa poderá fornecer o excedente para a distribuidora local e ganhar créditos na conta a ser paga. “Na conta final, pode compensar para o comerciante”, conclui Cristiane.

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