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Imprensa

Reajuste nos combustíveis e materiais de construção pressionam aumento do custo de vida na RMSP

Alimentos desaceleram, apesar de seguirem como os mais inflacionados no acumulado dos últimos 12 meses, afirma FecomercioSP

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O custo para viver na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) segue subindo significativamente em 2021. A pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostra que, depois de subir 0,91% em fevereiro, a taxa cresceu 1,09% em março – agora não mais puxada pelos preços de alimentos e bebidas, como vinha acontecendo, mas pelas variações nos combustíveis e nos itens de materiais de construção.

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O aumento – já esperado, segundo a Federação – se explica principalmente pelos fortes reajustes nos preços da gasolina (10,11%), do diesel (10,53%) e do etanol (8,56%), que, juntos, fizeram com que a variável Transportes, da pesquisa, registrasse aumento de 3,53% em março. Como é o segundo grupo de maior peso dentro da CVCS, correspondendo a 21,4% do resultado total, só essa variação colaborou em 0,76 ponto porcentual do aumento observado no mês.

Para além dos combustíveis, a alta no grupo Habitação, de 1,64%, somada à do grupo Artigos do Lar (1,41%), colaboraram para o resultado de março. No entendimento da FecomercioSP, o cenário atual é de forte demanda por produtos ligados a reformas e construção civil, mas de pouca oferta: assim, com menos itens nos estoques nas lojas de materiais, a tendência é de subida dos preços. Fenômeno semelhante se observa no caso dos artigos domésticos, como aparelhos televisores e computadores, que, por faltas de insumos para produção e de peças de reposição, além do desequilíbrio do câmbio, tiveram alta de 4,06% e 3,49% em março.

No geral, o custo de vida subiu 2,10% em 2021 para as famílias da RMSP, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, a alta já é de 6,27%.

Alimentos desaceleram
Depois de subir 1,02% em fevereiro, pressionando a variação para cima, o grupo de Alimentos desacelerou em março, fechando o mês em alta de 0,16%. Isso significa um alívio muito pequeno para o bolso dos consumidores, que puderam encontrar itens com quedas expressivas, como a cenoura (-14,73%), o tomate (-13,96%) e a laranja (-13,35%).

Para a Federação, porém, o resultado deve ser balizado pelos impactos que o aumento dos combustíveis têm sobre os alimentos: embora não tenham subido tanto, eles tendem a permanecer em alta por causa da variação nas cadeias logísticas, cujos custos também são repassados ao consumidor.

Outro dado importante é que, apesar de ter permanecido ligeiramente estável em março, o grupo de Alimentação e Bebidas ainda é o mais inflacionado no acumulado dos 12 meses: alta de 11,76%, seguido pelos Artigos do Lar (11,47%) e pelos Transportes (9,01%). Levando em conta só o ano de 2021, a variável que mais cresceu foi a de Transportes (5,99%) – à frente dos produtos de Vestuário (1,88%) e de Alimentação e Bebidas (1,36%).

Classes mais baixas seguem sendo mais impactadas
Como a CVCS vem apresentando nos últimos meses, a tendência é que famílias mais pobres sintam mais os impactos do aumento do custo de vida do que os mais ricos – ainda mais em momentos de crise, como o atual.

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Entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano, o custo que a classe E teve para viver na RMSP subiu 8,54%, enquanto para a classe A, de 4,79%, o que significa uma diferença de 3,75 pontos porcentuais. A classe mais impactada, no entanto, foi a C, cujo custo de vida subiu 6,63% no intervalo de um ano.

Este fenômeno ocorre também porque as famílias mais pobres gastam mais com alimentação em proporção à renda que dispõem do que os estratos mais ricos: pelos dados, no acumulado dos últimos 12 meses, o custo de alimentação da classe E subiu 7,13 pontos porcentuais a mais do que o da classe A. Para a primeira, a alta foi de 16,47%, e para a última, de 9,34%. A tendência se repete ligeiramente também no grupo Transportes, cujos aumentos foram de 11,12%, para a classe E; e de 7,77% para a A.

Varejo e serviços seguem em alta
O Índice de Preços no Varejo (IPV), da mesma forma, segue inflacionado: a alta de 1,96% em março seguiu colaborando para o crescimento acumulado de 2021, chegando a 4,10%. No intervalo entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano, a variação já é de 11,37%.

Como já mostram os dados do custo de vida, os grupos mais inflacionados em março foram os de Transportes (5,39%) e de Habitação (4,94%). Considerando os últimos 12 meses, porém, os preços da variável Alimentação e Bebidas seguem se sobressaindo: alta de 19,73%, à frente de Habitação (14,52%) e Transportes (14,29%).

Por fim, depois de crescer 0,32% em fevereiro, o Índice de Preços de Serviços (IPS) teve aumento menor no mês de março: 0,17%. Neste caso, a variável que mais subiu foi a de Habitação, impactada pelo aumento da energia elétrica residencial.

Nota metodológica

CVCS
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.

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