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Sustentabilidade

Região do Alto Tietê pode ter programa sustentável premiado pela ONU

Iniciativas devem começar em 2017 com projeto-piloto em três municípios

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Região do Alto Tietê pode ter programa sustentável premiado pela ONU

Reunião este mês definirá os próximos trâmites para que o Alto Tietê inicie as ações
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis 

As cidades do Alto Tietê poderão receber ações ambientais, educativas e socioeconômicas visando a preservação da água, o desenvolvimento sustentável e a recuperação da bacia hidrográfica da região. A iniciativa será inspirada no “Cultivando Água Boa”, um premiado programa da Itaipu Binacional. A previsão é que no ano que vem as práticas tenham início em pelo menos três municípios.

Neste mês acontece a primeira reunião de trabalho, que tem como objetivo a criação de uma agenda. “Daremos andamento a documentações e começaremos um planejamento estratégico”, diz o secretário-executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBH-AT), Amauri Pollachi. 

Serão estruturadas ações experimentais focadas em microbacias de três cidades, as quais ainda não foram definidas. A intenção é que o programa alcance os 36 municípios que constituem a bacia hidrográfica do Alto Tietê, sendo que a adesão vai depender do engajamento local de cada um. 

No mês passado o tema pautou um seminário realizado pelo CBH-AT em parceria com o Instituto Ecoar. O evento, que aconteceu em São Paulo, tinha como principal objetivo apresentar os conceitos, práticas e resultados do “Cultivando Água Boa”. 

“A medida é promissora e representa sustentabilidade para a região e a melhoria da qualidade de vida para todos os atores”, afirma a assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez, que participou do seminário. 

O programa

O “Cultivando Água Boa” foi criado em 2003 para recuperar e preservar a Bacia Hidrográfica do Paraná, pensando no cuidado com a água que chega à usina hidrelétrica de Itaipu, localizada no rio que leva o nome do Estado.

Houve transformação nas ações de 29 municípios, o que rendeu premiações ao programa, entre as quais a de melhor prática de gestão da água pela Organização das Nações Unidas (ONU). 

Pilares

Diretor de coordenação e meio ambiente da Itaipu Binacional e coordenador geral do programa, Nelton Friedrich explica que tudo é feito a partir de cinco pontos estratégicos: a recuperação de microbacias e nascentes; a conservação do solo; a readequação das estradas; a preservação das matas ciliares e as práticas conservacionistas, que englobam atuações em diferentes campos, como agricultura, educação e inclusão social. 

“Já tivemos 217 microbacias e mais de mil nascentes beneficiadas”, afirma Friedrich, que ainda aponta para os mais de 2,8 mil quilômetros de estradas readequadas e aproximadamente 1,4 mil quilômetros de mata ciliar recomposta. 

Governança inovadora

As conquistas foram possíveis com o engajamento de mais de 1,7 mil representantes que integram os Comitês Gestores Municipais e concretizam o que a Itaipu Binacional chama de governança inovadora, aquela que acontece com a união de esforços de diferentes agentes. 

São mobilizados, por exemplo, pescadores, agricultores, catadores de material reciclável, comunidades quilombolas e indígenas, além das prefeituras, órgãos estaduais, entidades sem fins lucrativos e até mesmo o Ministério Público. Com esse conjunto é estimulado um estilo de vida mais consciente, as cadeias produtivas e, consequentemente, a economia local. 

“É importante ressaltar que tudo isso se tornou realidade porque o conceito fundamental é trabalhar a responsabilidade individual a partir da educação e sensibilização. Não é possível fazer ações verdadeiramente estruturantes sem tocar mentes e corações”, destaca Friedrich. 

Desafios no Alto Tietê

Os 36 municípios citados pelo secretário-executivo do CBH-AT são cortados por aproximadamente oito quilômetros quadrados de bacia hidrográfica. Eles somam mais de 20 milhões de habitantes em comunidades com diversas características, algumas completamente distintas das observadas nas regiões que receberam as ações no Paraná.

“O desafio é adaptar o programa à realidade social de cada local. Por isso não falamos em replicação, mas em reaplicação da iniciativa”, frisa o secretário, que aponta o “Cultivando Água Boa” como uma necessidade do Alto Tietê.

Pollachi afirma que cada campo deve ser estudado criteriosamente. Porém, para que a primeira prática se concretize, será preciso aguardar a mudança dos mandatos nas prefeituras, o que permitirá o início das tratativas com as administrações de cada município.

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