ARTE TUTU

As Olimpíadas do Rio de Janeiro, cujo investimento soma R$ 38 bilhões, só podem trazer retorno financeiro ao País no longo prazo, pois o ganho imediato de um evento dessa magnitude é muito inferior ao investido.

O dinheiro aplicado pode ser recuperado caso os Jogos Olímpicos deixem um legado positivo para a imagem da cidade, o que atinge diretamente o fluxo de turistas que visitam a capital fluminense.

O aumento desse movimento está condicionado a uma melhoria da infraestrutura urbana do Rio e das cidades vizinhas, além de uma significativa mudança na imagem que o Brasil passa ao exterior. O retorno para os setores de turismo e varejo, no longo prazo, portanto, depende dessas condições.

O País, no entanto, teve uma experiência recente frustrante com a Copa do Mundo de 2014. Em primeiro lugar, a infraestrutura, principalmente de mobilidade urbana, não foi implementada de maneira satisfatória. Com relação à imagem, não houve avanço.

À época, o Brasil atraiu poucos turistas em relação ao que se imaginava e não conseguiu transmitir a mensagem de um país em evolução, moderno, bom para o turismo e para os negócios.

Até aqui, parece que as Olimpíadas estão seguindo o mesmo caminho. Há o risco de o evento deixar uma imagem de um país desorganizado e com infraestrutura precária, o que compromete o fluxo turístico.

Por si só, as vendas do varejo e a ocupação da rede hoteleira durante o evento esportivo não são capazes de reanimar a economia do Rio de Janeiro e alavancar a do País. Se trata de uma soma ínfima diante dos gastos públicos feitos para sediar os Jogos.