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Sustentabilidade

Supermercado brasileiro testa venda a granel e sem embalagens

Consumidor pode levar o próprio recipiente para armazenar os itens adquiridos, reduzindo a quantidade de lixo descartado e o desperdício

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Supermercado brasileiro testa venda a granel e sem embalagens

Comerciante que optar pela venda a granel deve ter cuidado com a validade dos produtos, deixando claro o prazo adequado para consumo
(Arte/TUTU)

Por Jamille Niero

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, cerca de um terço do lixo doméstico gerado pelos brasileiros é composto por embalagens e, desse número, 80% são descartadas depois de serem usadas apenas uma vez.

Com a proposta de diminuir as embalagens e educar o consumidor quanto ao consumo consciente, a rede de supermercados Pão de Açúcar colocou em teste em uma de suas unidades um modelo de venda de produtos a granel, no qual os clientes adquirem produtos alimentícios sem embalagens. Eles podem levar potes, latas, cartonados, etc. de casa ou comprar um pote de vidro reutilizável na loja, no ato da compra. Os produtos ficam armazenados em dispensers gravitacionais que funcionam no sistema “First In, First Out”, ou seja, os itens que entram primeiro saem primeiro, garantindo a qualidade e o frescor. Esse sistema já é comum nos supermercados em cidades como Paris ou Berlim, que comercializam diversos itens dessa forma.

O projeto, nomeado “Reutilizar #praserfeliz”, começou a funcionar na loja localizada na Avenida Ricardo Jafet, na capital paulista, em julho deste ano. São 40 itens nesse modelo, entre grãos, sementes, cereais, chocolate, chás, pimentas, amendoins, sal do Himalaia e frutas desidratadas, com previsão de expansão para 60 produtos.

“A escolha foi motivada pelo perfil de compras de nossos clientes, que veem valor nesses produtos. É possível vender quase tudo a granel - existem experiências que vão de bebidas a produtos de limpeza. Estamos estudando novas possibilidades, que possam garantir uma boa operação e assegurar a qualidade dos produtos”, diz João Mariano, gerente de Inovação do Pão de Açúcar.

De acordo com ele, a criação do projeto foi devida ao histórico da rede com a sustentabilidade - um de seus pilares estratégicos - que há mais de 15 anos conta com iniciativas que incentivam o descarte correto de resíduos.

“O cliente Pão de Açúcar é engajado ambientalmente e antenado com tendências de consumo. Em geral, ao ser impactado pela primeira vez pelo projeto, ele prefere adquirir os potes por se identificar com a causa e com a mensagem. A partir daí, passa a reutilizar esses mesmos potes e outras embalagens que tem em casa”, conta Mariano.

Para a assessora do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Cristiane Cortez, além do benefício da redução do número de embalagens, a iniciativa ajuda a reduzir o desperdício, uma vez que os consumidores acabam comprando a quantidade exata que vai ser utilizada. Isso porque o número de pessoas numa mesma família caiu, e muita gente também mora sozinha. Nesse cenário, nem sempre uma embalagem com muitos produtos é usada por inteiro.

O que ela destaca é o cuidado que o comerciante que optar pela venda a granel deve ter com a validade. “A data precisa estar clara. E o comerciante precisa ser ‘cuidadoso’: colocar para vender e fazer o controle para não oferecer algo vencido”, observa. É uma forma também de evitar que consumidores mal intencionados acusem o estabelecimento de comercializar produtos fora do prazo.

Vale dizer que a venda de itens a granel, principalmente alimentos, é tradicional em alguns locais do País, como na Zona Cerealista localizada no centro da capital paulista.

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