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Editorial

Tarifas de água e esgoto sobem 41,9% e pressionam custo de vida na Região Metropolitana em maio, aponta FecomercioSP

De acordo com a Entidade, custo de vida subiu 0,86% no mês, impactado principalmente pela alta de 4,01% nos preços do grupo Habitação

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São Paulo, 23 de junho de 2016 - O custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 0,86% em maio, na comparação com abril, impulsionado pelo aumento dos preços do grupo habitação, responsável por 78% da alta observada no mês. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi de 10,26%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

O segmento de Habitação (4,01%) respondeu por 78% da alta geral observada no mês refletindo o reajuste nas tarifas de água e esgoto. No acumulado dos últimos doze meses, o acréscimo foi de 12,77%. 

O segundo grupo que mais colaborou para a subida do custo de vida em maio foi Saúde (1,65%), que, no acumulado em doze meses, apresentou alta de 12,98% - a maior entre todas as atividades avaliadas pelo CVCS. No mês, os grupos Despesas Pessoais (2,48%), Artigos do Lar (1,82%), Vestuário (1,11%), Alimentação e Bebidas (0,16%) e Educação (0,03%) também registraram aumento. Dos nove grupos que compõem a pesquisa CVCS, apenas Transporte (-1,65%) apresentou queda em maio. Já a atividade de Comunicação não mostrou variação no mês. 

As classes E e D foram as que mais sentiram os aumentos nos preços, com altas de 1,43% e 1,35% no custo de vida, respectivamente. Já a classe C registrou o terceiro maior aumento, com 0,86%. Por outro lado, as classes A e B sofreram menos e apresentaram elevação de 0,84% e 0,65%, respectivamente. 

Para a assessoria econômica da FecomercioSP, nos cinco primeiros meses do ano, os preços no varejo paulistano mantiveram a tendência de alta, porém, apesar de virem de uma trajetória persistente de variações positivas, em comparação a 2015, estes já sinalizam alguma tendência de desaceleração, visto que as variações do ano anterior foram bem mais contundentes. 

IPV

Pelo 21º mês consecutivo, o Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou alta, com elevação de 0,34% em maio ante 1,04% de abril. Em 12 meses, o índice acumula aumento de 10,28%. Pelo segundo mês consecutivo, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais (2,07%) foi o maior responsável pela alta observada em maio. 

O reajuste dos medicamentos e nos produtos farmacêuticos foi preponderante para o aumento do segmento. Os produtos farmacêuticos se elevaram em 2,75%, com destaque para as altas em Oftalmológico (5,81%), Gastroprotetor (4,99%), Antialérgico e broncodilatador (3,9%), Hormônio (3,55%), Dermatológico (3,25%), Psicotrópico e anorexígeno (2,81%) e Analgésico e antitérmico (2,6%). O subgrupo de Higiene pessoal subiu 0,92%. 

O segundo maior impacto foi registrado no grupo de Despesas Pessoais, cujos preços cresceram 6,32% em relação a abril, devido ao reajuste nos preços do cigarro.  No acumulado em 12 meses, o grupo apresentou elevação de 15,82% - a maior entre todos os segmentos avaliados pelo IPV. Outros cinco grupos do IPV também encerraram o mês com variação positiva em seus preços: Artigos do Lar (1,98%), Vestuário (1,11%) e Educação (0,45%). Os segmentos de Transportes (-1,85%) e Alimentação e Bebidas (-0,07%) foram os únicos que apresentaram retração em maio. 

A classe A foi a que mais sentiu a alta nos preços dos produtos em maio, encerrando o mês com elevação de 0,60%% do IPV, seguida pelas classes D e E com aumentos de 0,58% e 0,53%, respectivamente.  Já as classes B e C apresentaram as menores variações, de 0,25% e 0,34%, respectivamente. 

IPS

O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou aumento de 1,40% em maio. Já no acumulado dos últimos 12 doze meses, o IPS apresentou alta de 10,23%. Os grupos Habitação (5,13%) e Saúde e Cuidados Pessoais (1,11%) foram os que mais impactaram na elevação dos preços de serviços em maio. Em Habitação, o destaque foi o reajuste na taxa de água e esgoto (41,90%), seguida pela elevação da energia elétrica residencial (2,02%). Em contrapartida, os serviços de Transporte (-1,31%) e Artigos do Lar (-0,25%) foram os únicos que apresentaram quedas no mês. 

As famílias das classes E e D foram as que mais sentiram as altas dos preços de serviços em maio (2,80% e 2,49%, respectivamente). Por outro lado, as classes A e B foram as que menos sofreram com o avanço dos preços de serviços, com altas, respectivamente, de 1,05% e 1,01% no mês. 

Para os próximos meses, a FecomercioSP projeta  que, com a queda das temperaturas e a ocorrência de chuvas em algumas regiões produtoras, é provável que os preços dos alimentos aumentem, já que o clima tende a  afetar a safra de alguns produtos e a produtividade  da agropecuária de corte e leite. Com isso, a Entidade acredita que ao menos cerca de um quarto do orçamento das famílias paulistanas deve ser pressionado, tendo em vista a representatividade deste grupo. 

Além desses fatores, a Federação pondera que o consumidor ainda sofre com um cenário político ainda instável, queda da atividade econômica, além da diminuição da renda disponível por conta do aumento do desemprego e da alta nas taxas de juros. 

Metodologia

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV 181 produtos de consumo. 

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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