Economia
09/03/2016Turismo de lazer ganha espaço e Santos cresce além do porto
Cidade do litoral paulista também planeja desenvolver parque tecnológico na área de óleo e gás
O maior da América Latina, porto movimenta mais de 100 milhões de toneladas de cargas no ano.
(Arte/TUTU)
Com informações de Lúcia Camargo
Santos é a cidade que cresceu ao redor de um porto. Fundada em 1536, sua primeira denominação foi Vila do Porto de Santos. Só em 1839 passaria a se chamar apenas Santos. O maior da América Latina, o porto movimenta mais de 100 milhões de toneladas de cargas no ano. Passam por ali cerca de US$ 120 bilhões em mercadorias, que representam 25% da balança comercial brasileira.
Os números, fornecidos pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), apontam que foi pequeno o abalo sofrido com a crise econômica. Em 2013, o montante chegou a 114 milhões de toneladas, caindo em 2014 para 111 toneladas (diminuição de apenas 2,6%). Já 2015 deve ser ligeiramente melhor. É esperada uma alta de 5%, principalmente em razão do grande volume de exportações. “Toda a cadeia do agronegócio brasileiro passa por Santos. E temos proteção contra intempéries, porque nosso porto não é segmentado. Enquanto Paranaguá se concentra na soja, por aqui passam de suco de laranja a veículos, de roupas a papel”, afirma o secretário municipal para Assuntos Portuários e Marítimos, José Eduardo Lopes.
Para ampliar a capacidade, é preciso melhorar a infraestrutura, e um dos entraves ao crescimento é a forma de transportar a produção. Hoje, a maior parte de tudo o que chega ou sai de Santos viaja de caminhão. De acordo com a Secretaria de Assuntos Portuários, apenas 23% são levados por via ferroviária. A meta é pelo menos duplicar a malha em dez anos e reformular o processo de escoamento de cargas.
A exploração do pré-sal é outra atividade que impulsiona o pacote de melhorias. A produção hoje chega a 700 mil barris de petróleo por dia. A Petrobras divulga planos de alcançar em 2020 a marca de 2 milhões de barris.
Parque tecnológico
Estão também nos planos da administração municipal a construção de um sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), um túnel submerso ligando Santos a Guarujá e a implantação do Parque Tecnológico de Santos.
A prosperidade econômica ajuda a impulsionar outros aspectos. Baseando-se no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) computado pela Organização das Nações Unidas (ONU), é possível concluir que a vida em Santos tem melhorado. O IDH leva em consideração três áreas: longevidade, acesso ao conhecimento e padrão de vida. Em 1991, era de 0,689. No ano 2000, subiu para 0,785, e na medição mais recente (de 2010), chegou a 0,840. Quanto mais próximo de 1, melhor a avaliação. Isso coloca a cidade litorânea no sexto lugar em termos de IDH entre os municípios brasileiros. A cidade de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, ocupa a primeira colocação do País.
Com 280,674 quilômetros quadrados de área, sendo uma parte continental e outra insular, a cidade é a mais importante da região metropolitana da Baixada Santista, composta por nove municípios: Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá, Peruíbe, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Bertioga.
Turismo
A vocação turística de Santos não é menos importante. Se na primeira metade do século 20 o café era o grande motor da região, hoje uma das principais atrações é o Museu do Café, em funcionamento no prédio histórico que abrigou até os anos de 1960 a Bolsa Oficial do Café. Aberto em 1986, o museu exibe, com objetos e documentos, a trajetória do ciclo cafeeiro.
Dentro do roteiro básico está o passeio no bonde turístico. O veículo de 1920 foi recentemente restaurado. O percurso tem origem na Praça Mauá e percorre 1,7 mil metros em aproximadamente 40 minutos, passando pelas principais ruas e edifícios do Centro Histórico. O ingresso custa R$ 6.
Na hora do almoço, a sugestão é provar a meca santista, eleito prato típico da cidade em 2005. Preparada com ingredientes da região, consiste em peixe grelhado coberto por camarões, servido com risoto de pupunha e farofa de banana. A maioria dos restaurantes da orla e arredores possui o prato no cardápio. Os preços variam. Com R$ 50, em média, come-se uma boa meca.
Vale conhecer o Aquário Municipal, atração mais visitada de Santos, com 500 mil ingressos vendidos por ano. Inaugurado em 1945, abriga 50 tanques. Uma das principais atrações é Fraldinha, primeira pinguim nascida em cativeiro no Brasil, que acaba de completar 14 anos. No Museu da Pesca, chama a atenção o esqueleto de baleia.
Sendo ou não fã de futebol, visite o Memorial das Conquistas do Santos Futebol Clube, na Vila Belmiro, e o Museu Pelé, inaugurado em 2014, no qual os visitantes – com a possível exceção de alguns argentinos – vão compreender como Edson Arantes do Nascimento se tornou o “Rei Pelé”.
Clique aqui e leia a matéria completa, publicada na revista C&S.
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