Economia
07/05/2025Carta de Conjuntura do CSESP: tarifas de Trump ameaçam Brasil pelos juros, não pelo mercado
Após quase um mês da imposição de tarifas sobre boa parte dos países ocidentais, incluindo o Brasil, o principal risco à economia nacional não está nas medidas em si, mas nos efeitos que estas terão nos Estados Unidos

Após quase um mês da imposição de tarifas sobre boa parte dos países ocidentais, incluindo o Brasil, cujos produtos entram nos Estados Unidos após pagar uma taxa de 10%, o principal risco à economia brasileira não está nas medidas em si, mas nos efeitos que elas terão nos EUA.
Segundo a Carta de Conjuntura de abril do Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política (CSESP), da FecomercioSP, é esperado que o Banco Central do país, o FED, aumente os juros básicos da economia estadunidense como forma de conter a provável escalada dos preços nos próximos meses -- além do alto déficit fiscal e da desconfiança crescente sobre o dólar.
Isso deverá pressionar o real, que já tem sido volátil por causa das incertezas fiscais internas, A consequência disso é que ficará mais caro às empresas brasileiras investirem em projetos, sejam antigos ou futuros. Em alguns casos, até a viabilidade deles pode ser colocada em xeque.
Se a isso se somar o medo cada vez maior de que novos investimentos globais em infraestrutura paralisem, seria uma péssima notícia para um país emergente como o Brasil.
Para o CSESP, por outro lado, a crise global iniciada pela guerra comercial de Trump abriu uma brecha para a desaceleração da inflação no cenário interno, à medida em que os custos mais altos para entrar no mercado estadunidense não impactaram no mercado do país. Os boletins de projeções têm diminuído, inclusive, suas projeções para o acumulado da inflação de 2025.
A Carta de Conjuntura de abril ainda explora como o estímulo à demanda do governo brasileiro, com a concessão de novos fundos, programas e iniciativas, tende a manter a taxa básica de juros, a Selic, alta por mais tempo. Isso tem feito o empresariado e os consumidores ficarem mais céticos quanto ao futuro de médio prazo. Clique aqui e confira a edição na íntegra.
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