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Economia

Confiança do Empresário do comércio registra em julho a quarta queda consecutiva

Indicadores atuais vêm mostrando que a propensão a investir e a empregar estão rapidamente se deteriorando

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Confiança do Empresário do comércio registra em julho a quarta queda consecutiva

Empresários mais conservadores devem aguardar para saber quais serão os rumos das políticas econômicas
(Arte: TUTU)

Os empresários do comércio estão menos confiantes em relação às condições atuais e futuras, e isso indica que as propensões a investir e a empregar estão rapidamente se deteriorando após um período de melhoria registrado entre 2016 e 2017.

O reflexo é sentido no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) no município de São Paulo, que teve em julho a quarta redução consecutiva. Medido mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) numa escala que varia de 0 (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total), o ICEC caiu 6,6% em relação ao mês anterior e passou para 102,2 pontos. Na comparação com julho do ano passado, o índice caiu 1,8%.

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Na passagem de junho para julho, os três quesitos que compõem o ICEC apresentaram queda. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) registrou a maior retração (-11,9%), passando para 75,2 pontos. O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) atingiu 140,7 pontos, queda de 5,5%. O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) passou de 93,7 pontos em junho para os atuais 90,5 pontos, redução de 3,4%.

Na segmentação por porte, tanto as pequenas quantos as grandes empresas sofreram queda no índice neste mês. No ICEC das empresas com até 50 empregados, houve queda de 6,7% ao passar para 101,7 pontos em julho. Para as empresas de grande porte, a confiança recuou 3,5%, passando para os 122,6 pontos atuais.

Os indicadores da Entidade sempre tiveram boa capacidade de antever eventos mais agudos, para cima ou para baixo, e, neste momento indicam cautela em razão do desemprego, da revisão negativa da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) e do desânimo do consumidor.

A evolução negativa do ICEC está diretamente ligada ao momento atual de instabilidade econômica no qual o País se encontra. Os empresários até ensaiavam uma recuperação e tinham expectativa que as vendas fossem crescer significativamente ao fim do primeiro semestre, mas a lenta melhora abalou a confiança dos empresários. Problemas como faltas de infraestrutura, de investimentos público e privado e de produção também impactam na propensão dos empresários para realizar investimentos.

Para o empresário que tem apetite para o risco, o momento é de oportunidades tanto no lado real da economia (terrenos baratos, aquisições de máquinas facilitadas, ociosidade de mão de obra) quanto do lado financeiro (o Ibovespa está novamente muito abaixo do que era projetado para o ano). Mas essa aposta, antes das eleições de outubro, apesar de trazer enorme potencial de ganhos, é bastante arriscada.

Os mais conservadores devem aguardar para saber quais serão os rumos das políticas econômicas (reformas, ajuste fiscal, teto de gastos, redução ou não do tamanho do Estado etc.) para tomar decisões. A retomada e os investimentos devem realmente ser postergados pelo menos até o fim do período eleitoral, em outubro, na melhor das hipóteses.

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