Como estratégia para reduzir o prejuízo diante do mau desempenho previsto nas vendas do Dia dos Namorados, 28% dos empresários do comércio afirmaram que farão algum tipo de promoção. Desse número, 82% irão recorrer a descontos especiais para alavancar as vendas e tentar liquidar o estoque. É o maior índice registrado desde 2012.

Os dados compõem a sondagem realizada com 100 lojistas da capital de São Paulo entre os dias 09 e 10 de junho pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Aumentou também a proporção de empresas que investiram em ações publicitárias para garantir as vendas: 27%, ante 19% do ano anterior.

De acordo com a assessoria econômica da Federação, a expectativa dos lojistas é de um declínio de 7,7% em relação às vendas do Dia dos Namorados do ano passado, uma tendência já observada em outras datas comemorativas do comércio como a Páscoa e o Dia das Mães.

A sondagem mostra também que 26% das empresas estão com estoques menores do que no ano passado, o maior valor da série histórica iniciada em 2012. Ainda assim, a maior parte das empresas está com estoques maiores ou iguais a 2014. Logo, se as perspectivas de vendas fracas se confirmarem, a FecomercioSP acredita que as promoções no comércio tendem a se manter e até ganhar força após o Dia dos Namorados. Isso poderá representar uma oportunidade para os 48,5% dos consumidores que não pretendem presentear os companheiros, mas até estariam dispostos a comprar um presente após a data para aproveitar uma boa promoção.

Em relação à forma de pagamento, as opiniões dos consumidores e empresários não combinam: enquanto 71,8% dos namorados têm a pretensão de realizar compras à vista, apenas 36% dos empresários acham que será desta forma, enquanto 63% dos lojistas acreditam que os pagamentos serão por meio do cartão de crédito, devido à facilidade do crédito aliada ao parcelamento.

Apenas 4% das empresas pretendem contratar funcionários temporários para a data. Quando o lojista contrata, são apenas um ou dois funcionários, o mínimo possível para fazer frente ao incremento sazonal das vendas na data com custos que possam ser suportados pela empresa. Assim, a data também não será um grande alento para a situação do emprego, que está se deteriorando rapidamente.

A FecomercioSP ressalta ainda que, mesmo se a sondagem realizada após a data apresentar um resultado um pouco melhor do que o esperado pelos lojistas, diante dos graves desequilíbrios econômicos do País, não sofrerão alterações o quadro de pessimismo do setor e a tendência de queda da confiança dos empresários do comércio.