Negócios
12/07/2019Descubra como driblar a baixa sazonalidade no setor de serviços
Levantamento da FecomercioSP com 13 diferentes atividades aponta os meses em que o faturamento tradicionalmente aumenta e quais os meses de queda
Planejamento é o diferencial para lidar com a montanha-russa das sazonalidades
(Arte: TUTU)
Por Priscila Trindade
O conhecimento sobre as sazonalidades do negócio permite o planejamento da empresa com base em períodos de alta e de baixa procura pelos produtos ou serviços oferecidos. Essas informações são cruciais tanto para quem vai abrir um negócio como para os estabelecimentos que já estão no mercado, pois a análise desses números permite planejar com mais eficiência o nível de estoque, o melhor momento de compra com fornecedores e de fazer contratações, entre outras ações.
Esses períodos são diferentes em cada segmento, conforme mostra a Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O levantamento analisou 13 setores no município entre 2013 e 2018 e apontou que de forma geral a redução mais acentuada no faturamento ocorre em janeiro: -24,2% – quando todas as áreas têm saldo negativo e em julho: -3,1%. Em contrapartida, dezembro é o mês que o faturamento dos setores avaliados salta – em média – 18,4%.
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Na análise individual, por exemplo, o faturamento do setor de turismo em janeiro cai 6,8% na comparação com dezembro. Na sequência, em fevereiro, os negócios continuam “fracos” por causa do Carnaval. Os dados indicam que nesse setor o ano “começa” em março, com avanço de 21,9% no faturamento. Outro ponto de destaque são os meses de junho e julho com quedas mensais respectivas de 15,6% e 0,3%. Em compensação no segundo semestre o setor apresenta variações positivas até o mês de dezembro.
Os dados podem ser explicados, segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, por São Paulo ser uma cidade movimentada pelos negócios, com a realização de eventos, feiras e reuniões.
O gerente geral da agência de viagens Hélice Tours, Marcos Riscala, afirma que o planejamento é o diferencial nessa montanha-russa em que a alta procura pelos serviços da empresa faz as vendas crescerem 30% e no período de baixa as vendas caem até 40%. De acordo com Riscala, as estratégias usadas nessas épocas também servem para a empresa lidar com a alta do dólar e com as crises econômicas no Brasil e em outros países, por exemplo.
“Nos meses em que as vendas sobem ou descem substancialmente é preciso analisar detalhadamente os números dos relatórios da empresa e do mercado, entrar em contato com pessoas que já compraram conosco e fazer promoções”, diz.
Em educação, o levantamento mostra que o pior mês é janeiro – com -20,3% – mas em seguida, em fevereiro, o faturamento tem elevação de 20,4% – o melhor resultado do ano nas atividades monitoradas pela pesquisa.
Um caso que ilustra bem isso é o do Supera, rede de franquias de ginástica para o cérebro que oferece há 13 anos cursos livres em que os alunos podem se matricular o ano todo. O gerente de Implantação do Supera, Christian Silva, conta que, “nos meses de fevereiro e agosto, os índices de matrículas sempre apresentam crescimento superior aos demais”.
A rede que tem 400 franquias em todo o Brasil, sendo 25 no município de São Paulo, também obtém resultados significativos “em datas comemorativas, quando se trabalha a indicação para presentear futuros novos alunos”, conta Silva.
Organização dos custos
A assessoria econômica da FecomercioSP lembra que a empresa tem custos ao longo de todo o ano, mas a receita não vem de forma constante. Por isso, é necessário um planejamento para que os preços praticados nos meses de maior movimento compensem os meses de baixa, sem prejudicar o fluxo de caixa.
Esse monitoramento de perto é essencial porque, caso ocorra um incidente de percurso, as chances de recompor a receita são menores do que em mercados não sazonais.
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