O maior endividamento do consumidor em 2015 é o principal motivo do paulistano que não vai presentear o namorado ou cônjuge no próximo Dia dos Namorados. Segundo sondagem da FecomercioSP com 1.120 consumidores da capital paulista, 41% dos que não vão comprar nada para a data disseram estar sem condições financeiras ou endividado. Em 2014, essa proporção era de 29,5%. Ainda entre os que não vão presentear em 2015, 6% não o farão por estar desempregados. 

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, responsável pela sondagem, essa proporção de desempregados só foi superada em 2012, e indica que o quadro do emprego e renda, que resistiu aos anos de baixo crescimento, está de fato se deteriorando. Também cresceu a proporção de quem não vai presentear por estar sem condições financeiras e/ou endividado, refletindo a alta da inflação e a piora do mercado de trabalho, que se fazem sentir entre aqueles que mantiveram seus empregos até agora. Estes estão com o poder de compra menor (via de regra) e muitos foram obrigados a se endividar, fato também que vem sendo percebido nas pesquisas de endividamento da Federação recentemente. 

Como reflexo do consumidor mais endividado em 2015, houve mudança na intenção da forma de pagamento na comparação com o ano anterior. Enquanto a proporção de quem prefere pagar a vista aumentou – passando de 66% em 2014 para 71,8% neste ano -, houve queda no interessado em usar o cartão de crédito. Em 2014, 30,3% optaram por essa forma de pagamento, enquanto apenas 25,3% preferem usar o dinheiro de plástico neste ano. A intenção de pagar à vista tem enorme correlação inversa com o grau de endividamento das famílias. Além disso, 77,3% dos entrevistados disseram que preferem pagar dívidas ao invés de comprar presente na data, caso tivessem que optar entre as duas opções.

Já quem vai ganhar presente...
Cerca de 70% dos paulistanos pretendem presentear no Dia dos Namorados, gastando em média R$ 66,00 no presente. No ano passado, a sondagem apontou que o gasto médio seria de R$ 65,00. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o valor teve alta de 3% nominal mas, em termos reais, representa uma queda de 5% - devido ao atual cenário econômico, com inflação maior.

Mais de metade dos entrevistados pesquisam em até 6 estabelecimentos e cerca de 80% compram na véspera ou no máximo com uma semana de antecedência. O item mais comprado deverá ser roupa, calçado ou acessório, segmento campeão de preferências entre quem pretende comprar (38,3%) e quem quer ganhar (36,6%). Em segundo lugar estão os perfumes e cosméticos, com 14,1% das intenções de compra e 7,9% do interesse em receber.