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Economia

Inadimplência atinge maior nível em dois anos

Em fevereiro, 21,8% dos lares paulistanos tinham dívidas em atraso

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Inadimplência atinge maior nível em dois anos

Endividamento bater recordes em razão da dificuldade das famílias em manter o consumo
(Arte: TUTU)

A inadimplência na capital paulista atingiu o maior nível em dois anos e o aumento dos juros deve levar as famílias a pagar mais caro pelos compromissos em atraso. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em fevereiro, 21,8% dos lares paulistanos tinham dívidas não quitadas até a data do seu vencimento. No mesmo período do ano passado, a taxa era de 18,2%. São 872 mil famílias que não pagaram a dívida – maior patamar desde dezembro de 2019 (22,2%). Em um mês, 61 mil lares entraram para o grupo dos inadimplentes.

Desde o ano passado, o endividamento vem batendo recordes em razão da dificuldade das famílias em manter o consumo, diante do quadro de inflação e desemprego. Em fevereiro, 73% dos lares estavam endividados. A despeito da estabilidade técnica em relação a janeiro (73,1%), houve aumento de 13,8 pontos porcentuais (p.p.) na comparação com igual período de 2021, quando a taxa de endividados era de 59,2%. Em termos absolutos, 2,92 milhões de lares estão endividados na capital – aumento anual de 574 mil famílias.

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Com relação à inadimplência, 8,3% das famílias afirmaram que não conseguirão quitar o compromisso em atraso – maior patamar desde julho do ano passado. Em janeiro, o porcentual era de 7,2%. Para a maioria das famílias (48,2%), o pagamento está atrasado há mais de 90 dias. De outubro para fevereiro, registrou-se avanço de 62,8 para 66,1 dias de atraso médio.

Juros elevados e impacto por faixa de renda

A taxa básica de juros, a Selic, que subiu de 2% para 10,75% ao ano (a.a.), está pressionando todas as taxas de crédito para consumidores e empresas. Por isso, quem tem dívidas atrasadas pagará mais juros, e, por consequência, sobrarão menos recursos para o consumo. O aumento da taxa também traz riscos para o sistema financeiro, que acaba por restringir o crédito, tornando-o mais seleto.

O empresário interessado em driblar as altas taxas de crédito pode usar a ferramenta Custo Certo, da FecomercioSP, para saber das taxas de juros praticadas pelas diferentes instituições bancárias, assim como das atualizações sobre o mercado de maquininhas de cartões. Tudo em nossa área exclusiva para cadastrados.

Os endividados no cartão de crédito passaram de 89,4%, em janeiro, para 87,4%, no segundo mês do ano. Esta é a primeira queda desde agosto do ano passado. A tendência de recuo também foi observada na modalidade de carnês – de 22% para 20,4% –, no mesmo período de comparação. O crédito pessoal, por sua vez, caiu de 10,6% para 10%.

O quadro de endividamento e inadimplência afeta todas as famílias, independentemente da condição financeira. Para aquelas com renda inferior a dez salários mínimos, a taxa de endividamento ficou em 76,2%, tecnicamente estável se comparada a janeiro (76,4%). Já a inadimplência ficou em 26,4% – acima dos 24,6% do mês anterior. Quanto aos lares com renda superior a dez salários mínimos, as duas taxas subiram: o endividamento passou de 63,5% para 64%, e a inadimplência, de 9,3% para 10,2%.

Confiança do consumidor em queda

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 104 pontos em fevereiro – recuo de 4%. Na comparação anual, a retração foi ainda maior (-10,5%), refletindo os impactos da variante ômicron, da recuperação mais lenta da economia e da pressão inflacionária sobre o orçamento das famílias. Os sub-índices que compõem o indicador, os quais avaliam as Condições Econômicas Atuais (ICEA) e a Expectativa do Consumidor (IEC), caíram 4,7% (atingindo 67,1 pontos) e 3,7% (128,7 pontos), respectivamente. Os consumidores mais pessimistas são os que têm renda inferior a dez salários mínimos, com o índice em 98,2 pontos. 

No sentido contrário ficou o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que subiu 3,4%, ao passar para 75,3 pontos. Na comparação anual, o avanço foi mais tímido (1,9%). A alta no mês foi influenciada pelos itens relacionados ao emprego. O emprego atual cresceu 6,6%, atingindo 92,5 pontos. Já a perspectiva profissional registrou uma variação mais acentuada (9%) e subiu para 95 pontos. Este último item, apesar da melhora, ainda está abaixo (-1,9%) do patamar de fevereiro de 2021.

A renda atual também contribuiu para o resultado geral, com a alta de 5,2%, chegando à pontuação de 74,1. As demais altas foram observadas no nível de consumo atual, de 3,5% (55,7 pontos), e acesso ao crédito, 0,9% (79,8). A perspectiva de consumo se manteve estável nos 84,7 pontos, ao passo que o momento para duráveis retraiu 5,1%, atingindo os 44,9 pontos.

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