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Negócios

Nicho de mercado é opção para conquistar clientes

Empreendedoras tiveram sucesso ao abrir negócio focado em necessidades específicas dos consumidores

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Nicho de mercado é opção para conquistar clientes

Tania Gomes apostou na venda de sapatos para mulheres com pés pequenos, enquanto Daniela Prado optou por comercializar refeições congeladas para cães
(Arte/TUTU)

Por Jamille Niero

Apostar em abrir um negócio voltado para um nicho específico do varejo pode ser uma boa opção para quem deseja empreender. Vale lembrar que nicho é a porção específica de um mercado, geralmente uma parte pequena, com necessidades e hábitos específicos e consumidores exigentes. Por isso, para o empreendedor que encontrar um negócio ou uma situação na qual sua ideia possa saná-los, as chances de dar certo serão muito maiores, observa a assessoria técnica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Foi um dos motivos que levou a empresária Tania Gomes a abrir a 33 e 34, loja especializada em sapatos para mulheres. As vendas se concentram justamente nessa numeração, difícil de achar em lojas convencionais. Tania, que calça 33, teve a ideia ao passar pela situação de passar cinco horas dentro de um shopping procurando uma sandália e não conseguir comprar um item que a deixasse satisfeita. O marido sugeriu que ela buscasse em lojas on-line, porém a empresária não encontrou. Foi aí que registrou o domínio “33 e 34”. Mas o negócio só foi tomar forma mesmo um tempo depois.

Em 2013 ela vendeu a agência de marketing digital que possuía com o marido, passou uma temporada fora do País e ao voltar estava decidida a ter o próprio negócio – sempre acreditando no e-commerce. Tania pesquisou o mercado e descobriu, na época, um estudo com estimativas da indústria de sapatos que apontava um público potencial de 5 milhões de mulheres.

“O varejo de nicho dá uma maior perspectiva de crescer em vez de brigar com as grandes varejistas. Nem todos eles [nichos] são pequenos, mas são difíceis de serem entendidos. Quando descobri essa quantidade de mulheres, vi que tinha mercado e negócio. Passei 2014 desenhando a loja e comprando produto. Abrimos o e-commerce em janeiro de 2015”, conta. A loja virtual começou vendendo 15 marcas diferentes. Em abril de 2016, lançou linha própria. Hoje são três indústrias diferentes que fabricam produtos com a marca da casa, todos nos tamanhos 33 e 34. Desde outubro passado, eles são vendidos também na Dafiti.

Ainda em 2016, a empresa abriu uma loja física, em São Paulo, e planeja abrir mais uma ainda no primeiro semestre de 2017. “Nascemos na crise e mesmo assim estamos crescendo. Nosso crescimento foi de cerca de 40% de 2015 para 2016”. Outra prova do sucesso é o índice de recompra (clientes que compram novamente) que chega aos 25%. Segundo Tania, é o que dá a estabilidade do negócio. E boa parte é porque eles conseguem atender desde a menina que tem 15 anos e quer um tênis para sair com as amigas até a advogada que usa sapatos sociais no trabalho ou a noiva que precisa de um par para o casamento. “Nem tento definir o público por classe social, mas sim por qual estilo que se adequa aquele momento da vida dela”.

Com faturamento de R$ 2,4 bilhões no ano passado, a meta para 2017 é bater R$ 4 milhões.

Mercado pet
Outra empresa que deu certo ao optar por um nicho foi a PetChef, especializada em elaborar refeições congeladas para cães, que funciona no modelo de assinatura mensal. O cardápio conta com seis opções e podem ser criadas receitas especiais para cães alérgicos, diabéticos ou nefropatas (com lesões renais). As porções são entregues semanalmente e contêm a quantidade adequada para cada bichinho, de acordo com tamanho, peso, etc.

Segundo Daniela Prado, uma das proprietárias, a ideia surgiu porque ela e a sócia pesquisaram sobre alimentação natural ao precisarem fornecer aos cães de estimação algo mais adequado. Uma porque teve três animais que morreram de câncer e outra que foi dona de uma cadelinha que vivia com alergias que melhoravam por um tempo, mas sempre voltavam. “Na época existia apenas uma empresa que fabricava alimentação congelada, mas eram apenas duas receitas e dois tamanhos”, diz.

A maioria dos clientes é das classes A e B, mas também há alguns com renda mais baixa, porém que consideram importante a alimentação do pet, seja por acreditar que ele deve comer algo gostoso ou por questão de saúde. “Se é para ser um nicho diferente, tem que gostar do que faz”, brinca Daniela.

O faturamento mensal do negócio, que iniciou as atividades há três anos, gira em torno dos R$ 100 mil. Em 2014 o crescimento foi de 145%, em 2015, 50%. No primeiro trimestre de 2016 avançou 13%, com queda de quase 20% no segundo trimestre (que foi recuperada até o fim do ano). Para 2017, a expectativa é ter alta de 25% a 35%.

Hoje o número de clientes gira em torno de 320, com uma flutuação em torno de 3% (uns saem, outros entram) por mês. O objetivo é chegar a, pelo menos, 400 clientes até o fim de 2017.

Para manter a qualidade do alimento que chega até o animal, a empresa entrega apenas no Rio de Janeiro, onde está localizada. Porém, devido à procura, firmou parceria com um pet shop de São Paulo, que compra um determinado número de porções por mês e as vende no estabelecimento.

As sócias também passaram a prestar serviços de consultoria, em parceria com a nutricionista da casa, para os empreendedores que procuraram a PetChef com a ideia de serem franqueados. “Como não temos meta de fazer franquia, recebemos contato de pessoas de outras cidades que querem fazer algo igual e montamos uma cozinha de acordo com o que ele tem”, conta.

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