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Negócios

Páscoa mais incerta dos últimos anos: o que o comerciante pode fazer para aumentar as vendas?

Diante de medidas ainda insuficientes para o setor, comércio deve reforçar delivery, divulgação nas redes e formas de pagamentos mais tecnológicas

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Páscoa mais incerta dos últimos anos: o que o comerciante pode fazer para aumentar as vendas?

Comerciante precisa ter um plano para conseguir alavancar as vendas na Páscoa
(Arte: TUTU)

O feriado da Páscoa neste domingo (12/4) pode destoar do cenário de festividade e de alta nas vendas visto em anos anteriores. Isso deve ocorrer em virtude do avanço do novo coronavírus (covid-19) no País e do impacto direto que isso está gerando no comércio em geral. A FecomercioSP avalia que as medidas anunciadas pelas autoridades ainda são insuficientes e ocorrem em velocidade e profundidade não condizentes com a gravidade da situação. Conheça as reivindicações da FecomercioSP aos governos federal, estadual e municipal.

A quarentena é a principal medida restritiva adotada pelos governos para reduzir o espalhamento do vírus. Os supermercados, como atividades essenciais, permanecem abertos, mas as incertezas em torno do mercado de trabalho e da renda da população podem ter como efeito o gasto centrado em produtos realmente indispensáveis. Além disso, a orientação geral no Estado é de que as pessoas não se aglomerem, inviabilizando reuniões comemorativas com familiares e amigos.

Em meio a esse ambiente, o comerciante precisa ter um plano para conseguir alavancar as vendas na Páscoa. No momento, a coisa mais importante a se ter em mente é que a tradição não é focada apenas em chocolate, então, é possível formar uma estratégia em torno de uma cesta mais ampla com pescados, azeites, batatas, ovos, bolos pascais, vinhos, barras de chocolate e caixas de bombons (mais baratas do que os ovos de chocolate), etc.

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A FecomercioSP reitera que uma mudança importante que vem sendo observada no comportamento do consumidor é a respeito da procura por alimentos que tenham maior durabilidade nos estoques, como arroz, feijão e carnes enlatadas ou salgadas. Isso também indica que há um direcionamento da renda para preparar os estoques domiciliares para os momentos de quarentena – prorrogada até 22 de abril –, restando menos recursos disponíveis para aquisição de itens não essenciais, como os ovos de Páscoa.

Como a data é um período sazonal, com compras feitas em grande parte na véspera, o comerciante pode verificar dias antes do feriado se as vendas de ovos de chocolate seguem o ritmo esperado ou se terá que aplicar uma promoção mais expressiva de vendas para eliminar esse estoque. Confira algumas dicas a seguir.

Descontos para quem paga em dinheiro

Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), um levantamento feito pela FecomercioSP, cerca de 40% dos consumidores afirmam que o pagamento em dinheiro tem sido mais vantajoso nas compras. Dessa forma, é interessante ao comerciante considerar descontos à vista no dinheiro, ou manter o mesmo preço e oferecer algum benefício a mais.

Isso também pode valer para os clientes que pagam em moedas, o que é um modo de o comércio evitar a falta de troco, um problema que pode ser bem prejudicial ao negócio. Nesse caso, o empresário pode pensar em promoções específicas para esses clientes.

Mas, atenção: para que os clientes vejam o estabelecimento como um local seguro para compras, é importante manter o ambiente com movimentação não intensa, sem muita aglomeração, sem filas grandes nos caixas, etc. Além disso, o manuseio de dinheiro em papel ou moeda precisa ser feito com cuidado pelos caixas do estabelecimento, então, é essencial que tenham luvas e álcool em gel próximos para que utilizem constantemente.

“Cashback”

Já o pagamento com cartão (ou, agora, com o QR-code) está sendo um diferencial para os consumidores, pois gera um cashback – desconto na hora da compra. Por isso, é importante que o empresário esteja atendo às opções de pagamento – como Mercado Pago, AME Digital, PicPay, Rappi, entre outros – para que o cliente veja o estabelecimento como um local mais vantajoso para as compras.

O pagamento por aproximação de cartões de crédito e débito e com o celular também pode dar mais segurança ao consumidor e ao funcionário.

Há estratégias que vão além da loja e que podem elevar bastante o faturamento. Os estabelecimentos, em especial as lojas de chocolates, podem priorizar outros canais de venda e atendimento: telefone e WhatsApp, reforçar o delivery e produzir por encomenda, facilitando ao máximo a vida dos clientes diante dessa nova realidade imposta.

Consumidor focado em bens essenciais

O coronavírus mudou totalmente o cenário esperado. Segundo a Federação, no começo de março, a expectativa de vendas no Estado para o mês de abril era de um crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.

A FecomercioSP ressalta que, em princípio, os efeitos da quarentena sobre o varejo ainda não podem ser quantificados, mas alguns indicadores de confiança do consumidor já mostram uma queda de 5% em março, sinalizando que o momento deverá ser de muita cautela por parte do consumidor.

As previsões da FecomercioSP para o varejo no mês da Páscoa indicam que as vendas nos supermercados deverão estar muito mais focadas em itens essenciais para o período da quarentena. Com isso, esses estabelecimentos devem registrar um recuo estimado em 9% no faturamento real no Estado de São Paulo e de 13% na capital, na comparação interanual de abril.

Confira a seguir as estimativas de faturamento para este mês identificadas na Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV). 

gra_1 Índice de preços

A FecomercioSP, ao longo dos anos, acompanha a variação de preços de uma cesta de bens que normalmente é consumida nesse período do ano. São contemplados diversos itens, conforme a tabela abaixo. Os dados foram atualizados até fevereiro de 2020, os mais recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Embora haja uma dispersão maior de queda em fevereiro deste ano – nove itens com variação negativa em relação há um ano – ainda assim, o indicador geral de itens de Páscoa estaria 4,3% mais caro do que em 2019.

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