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Economia

Custo de vida sobe 11,3% nos últimos 12 meses

Gastos com habitação exerceram a principal pressão no bolso dos consumidores da região metropolitana de São Paulo em 2015

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Custo de vida sobe 11,3% nos últimos 12 meses

O custo de vida na região metropolitana de São Paulo apresentou elevação de 11,3% nos últimos 12 meses até novembro, pressionado, principalmente, pelo aumento dos gastos com habitação, alimentação e bebidas e transportes. Na comparação mensal, o índice variou 0,83% em relação a outubro. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), medido mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A Entidade aponta que, pelo segundo mês consecutivo, o CVCS se mantém com dispersão de alta generalizada, ou seja, todos os nove grupos pesquisados descreveram variações positivas. Além disso, há pelo menos dois anos o indicador não registra sequer uma variação negativa. Com isso, há indícios nítidos de um processo inflacionário, determinado por altas persistentes e disseminadas.

Dos noves grupos analisados, a maior contribuição positiva do mês foi originária do grupo Alimentação e bebidas, que descreveu alta de 1,2% em relação a outubro, fazendo com que o segmento atingisse elevações de 10,54% em 2015 e de 11,31% nos últimos 12 meses.

O grupo Transportes apareceu logo em seguida, com altas de 1,05% no mês e de 11,58% nos últimos 12 meses. Esse segmento compromete, em média, 21,4% do orçamento doméstico, o segundo maior entre todos os grupos - perdendo apenas para Alimentação e bebidas, com 22,4%.

Também pressionaram o custo de vida os aumentos de preços do grupo Habitação, que passou de um acréscimo de 0,78% em outubro para 0,69% em novembro. Apesar da desaceleração, o segmento acumulou variação de 21,05% (a maior variação no cômputo dos últimos 12 meses) e apontou alta de 20,68% em 2015.

Em novembro, as classes E e D foram as que mais sentiram a alta no custo de vida, assinalando acréscimos de 0,96% e 0,98%, respectivamente. Por outro lado, as classes A e B descreveram altas de 0,66% e 0,73%, respectivamente. O resultado foi influenciado pela ponderação que os grupos mais pressionados possuem na composição dessas classes sociais. Para a classe E, por exemplo, os pesos dos grupos Alimentação e bebidas, Transporte e Habitação atingem 66%, enquanto para a classe A, esse peso é de 59,4%.

De acordo com a assessoria econômica da Federação, é preocupante o fato de que as altas mais relevantes se mantêm nos grupos de maior representatividade, o que restringe de forma contundente o poder de compra das famílias, principalmente as de renda mais baixa.

IPV
O Índice de Preços no Varejo (IPV) encerrou o mês de novembro com alta de 1,45% ante os 1,66% apontados em outubro. Trata-se da 15ª elevação positiva consecutiva, mesmo contando com a tímida desaceleração que foi observada no último bimestre. No período dos últimos 12 meses, o indicador acumulou acréscimos de 9,74%, e de 9,14% no ano.

A principal influência veio do aumento de 2,52% no segmento de Transportes, pressionado pelas elevações dos itens etanol (10,08%), gasolina (4,07%) e óleo diesel (2,47%). Os transportes acumularam no período dos últimos 12 meses incremento de 12,93%, e em 2015, o acréscimo foi de 12,35% - a maior variação entre todos os grupos do IPV.

A segunda maior pressão no IPV foi originária do aumento de 1,68% em Alimentação e bebidas. O grupo atingiu no ano aumentos de 10,43%, e de 11,31% nos últimos 12 meses. As maiores variações mensais foram verificadas em açúcar refinado (15,07%), brócolis (15,96%) e batata-inglesa (26,09%).

Os preços do varejo afetaram, principalmente, as famílias com rendimentos menores. Na classe E, a variação mensal foi de 1,56%, e, na classe D, de 1,58%. As classes A e B também foram impactadas, ainda que em menor escala, com aumentos de 1,12% e 1,26%, respectivamente.

IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou um arrefecimento em novembro - no comparativo a outubro -, descrevendo acréscimo de 0,18% ante os 0,67% constatados no décimo mês do ano, completando três meses de desaceleração. Contudo, a variação acumulada alcançou 11,91% em 2015 e 12,96% nos últimos 12 meses.

Em novembro, verificaram-se decréscimos de 1,57% em Transportes e de 0,20% em Despesas pessoais. Em transportes, os maiores recuos foram observados em conserto de automóvel (-1,38%); seguro voluntário do veículo (-2,25%); e passagens aéreas (-10,84%). Já em despesas pessoais, notaram-se declínios de 0,60% em cabeleireiro; 2,18% em tratamento de animais; 2,8% em excursão; e, por fim, 3% em boate e danceteria.

Por outro lado, o grupo de Habitação se elevou em 0,76%, amortecendo a queda do indicador e descrevendo a principal contribuição positiva do IPS de novembro. Esse segmento atingiu altas de 23,55% em 2015 e 23,79% nos últimos 12 meses - a maior entre todos os grupos pesquisados.

As classes E e D foram as que menos sentiram a alta do IPS, encerrando o mês com altas de 0,07% e 0,04%, respectivamente. Os consumidores com renda mais alta (classes A e B) foram os que mais sofreram, com altas de 0,27% e 0,25%, respectivamente.

Para a FecomercioSP, o cenário não mudou, já que as principais influências de alta não são explicadas pelas pressões na demanda (que segue desaquecida). Todavia, sofrem de forma persistente com aumentos nos custos das cadeias produtivas. As principais elevações seguem concentradas em segmentos que comercializam bens e serviços essenciais que comprometem o orçamento familiar e afetam de forma mais severa as famílias de baixa renda. A adoção de uma política monetária restritiva via aumento da taxa de juros se mostra cada vez mais inócua para solucionar o aumento dos custos produtivos, ou seja, é pouco propícia à realidade.

Clique aqui para ver o resultado da pesquisa em meses anteriores. 

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