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Economia

Famílias de baixa renda enfrentam maior dificuldade para equilibrar o orçamento

Entre as famílias endividadas que ganham até 10 salários mínimos, 8,6% acreditam que não terão condições de pagar suas contas no próximo mês

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Famílias de baixa renda enfrentam maior dificuldade para equilibrar o orçamento

Nem mesmo a redução de gastos e o conservadorismo dos consumidores foram suficientes para amenizar os efeitos da crise no orçamento das famílias. De acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a proporção de consumidores endividados passou de 53,3% em julho para 54,8% em agosto. No mesmo mês do ano passado, o indicador era de 49,4%.
 
Para a assessoria econômica da Federação, as quedas observadas nos meses de junho e julho evidenciam o esforço dos consumidores para contornar a crise, mas o avanço do desemprego levou a uma nova alta do indicador em agosto.
 
Com a dificuldade para manter o padrão de consumo até mesmo de bens básicos e serviços essenciais, os consumidores de baixa renda estão recorrendo a empréstimos não previstos para tentar equilibrar as contas. Isso fez com que o endividamento crescesse mais entre as famílias que ganham até 10 salários mínimos (S.M.) e a proporção de endividados atingisse 58,6% (alta de 1,6 ponto porcentual em relação a julho), o maior valor desde julho de 2013. Já para as famílias que ganham acima de 10 S.M., o porcentual de endividados passou de 42,8% em julho para 44,0% em agosto, alta de 1,2 p.p.
 
Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 1,913 milhão em julho para 1,966 milhão em agosto. Já em relação ao mesmo período de 2014, quando esse número era de 1,773 milhão, houve um aumento de 193 mil famílias.
 
Segundo a FecomercioSP, entre as famílias endividadas, 5,8% acreditam que não terão condições de pagar total ou parcialmente suas contas no próximo mês. O porcentual é maior entre as famílias que ganham até 10 salários mínimos (8,6%) e registrou em agosto a quinta alta mensal consecutiva.
 
Inadimplência e comprometimento de renda
Do total de endividados, 50,1% têm entre 11% a 50% dos ganhos comprometidos com o pagamento de dívidas. Para 22,6% dos consumidores o comprometimento é menor que 10%, enquanto para 24,1% as dívidas superam 50% da renda total.
 
De acordo com a Entidade, entre as famílias endividadas da capital, 15,3% possuem contas em atraso, proporção que apresentou alta em relação a julho, quando estava em 14,5%. No comparativo com agosto de 2014 (13%), o indicador apresentou alta de 2,3 p.p. Em números absolutos, o total de famílias com contas em atraso passou de 521 mil em julho para 547 mil em agosto.
 
A ocorrência de atraso também cresceu mais entre as famílias de renda mais baixa. Para as que ganham até dez salários mínimos, o porcentual passou de 18,2% em julho para 19,2% em agosto. Já no caso das que ganham acima de dez salários mínimos, a proporção ficou estável em 5,9%. Segundo a Entidade, para as famílias de baixa renda o crédito é determinante para a inclusão nos padrões de consumo. Portanto, qualquer imprevisto pode desequilibrar suas finanças, exatamente o que parecer acontecer no atual momento.
 
Tipos de dívidas 
O cartão de crédito lidera a lista de tipo de dívida, sendo utilizado por 69,6% das famílias. Em seguida, estão: financiamento de carro (19,7%); carnês (18,9%); financiamento de casa (13,1%); crédito pessoal (11,5%) e cheque especial (7,7%). Apesar da proporção de endividados no cartão de crédito ter caído de 70,4% para 69,6% entre julho e agosto, ela subiu de 71,7% para 72,3% entre as famílias com renda até 10 S.M., o que evidencia a dificuldade dessa parcela da população de equilibrar as contas diante da crise.
 
Considerando todas as faixas de renda, a proporção total de endividados em carnês foi a que apresentou a maior alta, passando de 16,3% em julho para 18,9% em agosto.
 

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