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Economia

Proporção de famílias paulistanas endividadas atinge maior nível desde julho de 2013

Indicador apresenta, pelo terceiro mês consecutivo, alta no endividamento dos consumidores e o principal vilão ainda é o cartão de crédito

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Proporção de famílias paulistanas endividadas atinge maior nível desde julho de 2013

Na tentativa de equilibrar o orçamento diante do aumento do preço de bens essenciais, as famílias paulistanas estão mais endividadas em função dos empréstimos não previstos para tentar manter o mesmo padrão de consumo. A proporção passou de 48,9% em abril para 55,1% em maio, o maior valor desde julho de 2013.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

De acordo com a Entidade, embora a parcela de endividados tenha registrado queda de 2014 até fevereiro deste ano (quando o endividamento alcançou 38,9% das famílias), o indicador voltou a subir desde então e registrou a terceira alta consecutiva. Em números absolutos, o total de famílias com algum tipo de dívida passou de 1,755 milhão em abril para 1,974 milhão em maio, o que, na comparação com o mesmo período em 2014, corresponde a um acréscimo de 139 mil. 

Para a assessoria econômica da Federação, outro fator que começa a influenciar a elevação do endividamento é a alta da taxa de desemprego. Ao mesmo tempo, a dificuldade em obter crédito pelos bancos, que estão mais seletivos e exigentes para evitar inadimplência, obriga muitas famílias a optarem por empréstimos mais caros, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial.

O endividamento é maior entre as famílias com rendas de até dez salários mínimos, que alcançou 58,5% em maio, ante 50,8% em abril (alta de 7,7 pontos porcentuais). Já entre as que possuem renda maior que dez salários mínimos, o endividamento passou de 43,5% em abril para 45,2% em maio (alta de 1,7 p.p).

Das famílias entrevistadas, 50,4% têm entre 11% e 50% da renda comprometida com pagamento de dívidas. Em contrapartida, 24,5% informaram que o comprometimento é menor que 10%, enquanto para 20,9% as dívidas superam 50% da renda total.

O cartão de crédito, mais uma vez, liderou o motivo do endividamento das famílias paulistanas e, em maio, atingiu 69,9%, contra 65,3% em abril. Na sequência, financiamento de carro (17,9%); carnês (14,1%); financiamento de casa (12,7%); crédito pessoal (11,7%); chegue especial (5,8%). Para os consumidores com dívidas, o comprometimento da renda tem maior incidência nos prazos por mais de um ano (38,1%) e em até três meses (21,7%). O restante divide-se entre os períodos entre seis meses e um ano (18,2%) e entre três e seis meses (17,5%).

Para a assessoria econômica da Federação, os dados apontam para uma tendência de piora da inadimplência das pessoas físicas, especialmente entre consumidores de menor renda. Ainda assim, por causa da antecipação da piora do cenário econômico por bancos e consumidores, o possível aumento das dívidas em atraso deve ser menor do que o observado em crises anteriores, não chegando a representar um quadro alarmante para o sistema financeiro. A cautela dos consumidores, somada à menor oferta de crédito, à diminuição do poder de compra, ao aumento do desemprego e do endividamento, entretanto, continuará afetando o desempenho do varejo, que não deve mostrar recuperação neste ano.

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