Economia
20/10/2014Situação dos estoques do comércio de São Paulo melhora em outubro
Fatores como inflação em alta e expectativa de crescimento zero para o PIB e para o varejo na cidade apontam, no entanto, desânimo do setor no fim do ano
A situação dos estoques do comércio da região metropolitana de São Paulo (RMSP) em outubro registrou leve melhora em relação a setembro (alta de 1,1%), mas ainda é menor do que o constatado em outubro de 2013 (baixa de 7,1%), como aponta a pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O Índice de Estoques (IE) para o mês ficou em 109,5 pontos.
O indicador capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
Em outubro, a proporção de empresários com estoques acima do adequado chegou aos 30,5% - contra 29,8% em setembro e 22,4% em outubro do ano anterior. Já aqueles com estoques abaixo do adequado somaram 14,5%, inferior aos 15,8% anotados em setembro, e aos 17,5% em outubro de 2013.
Assim como a queda do indicador não deve ter apenas fatores negativos como culpados, a sua elevação não pode ser considerada automaticamente positiva. O Índice de Estoques melhorou, mas por motivos ruins, ou seja, quando o indicador avança apenas pela queda da inadequação abaixo, enquanto a proporção de empresários que diz ter estoques exagerados cresce, isso indica que o ciclo de ajustes nos estoques ainda não acabou e os pedidos dos empresários do varejo em São Paulo para o Natal tendem a ser menores do que no ano passado.
De acordo com os economistas da Entidade, a sensação de que havia sinais de recuperação na percepção dos varejistas se desfez, retornando a um momento de perda do humor que deriva de um cenário de inflação novamente em alta após um período de trégua e a expectativa de crescimento zero para o PIB e para o varejo em São Paulo.
Considerando o cenário, deve-se esperar redução nos pedidos dos comerciantes para as festas do fim de ano (momento mais importante para o setor), uma vez que são nos meses de setembro e outubro que os empresários do comércio definem as encomendas para a data.
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