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Editorial

Atacado paulista registrou em março o menor estoque de empregos formais desde 2013, aponta FecomercioSP

Segundo pesquisa da Entidade, setor reduziu quantidade de postos de trabalho pelo sétimo mês consecutivo; número chegou a 495.267 funcionários ativos

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São Paulo, 08 de junho de 2016 - Em março, o comércio atacadista no Estado de São Paulo registrou diminuição de 1.199 empregos com carteira assinada, resultado de 16.049 admissões e 17.248 desligamentos. Pela terceira vez, desde 2007, o resultado de março ficou no negativo. No mesmo mês de 2009, quando houve a maior perda de postos de trabalho no atacado paulista para o período, o saldo foi negativo em 1.755 empregos. O novo recuo mensal é o sétimo consecutivo. 

Com isso, o estoque de trabalhadores do comércio atacadista de São Paulo atingiu a marca de 495.267 no mês, o patamar mais baixo desde fevereiro de 2013, quando havia 495.045 funcionários ativos no setor. 

No trimestre, já foram eliminados 4.149 empregos, o pior resultado para o primeiro trimestre desde 2009. No acumulado de abril de 2015 a março deste ano, foram eliminados 20,6 mil vínculos empregatícios. 

Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em dezesseis regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016. 

Todas as dez atividades pesquisadas em março apresentaram queda no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015. Os destaques negativos foram as atividades de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-8,1%); tecidos, vestuário e calçados (-7,3%); e dos segmentos de material de construção, madeira e ferramentas e de máquinas de uso comercial e industrial, ambos com redução de 7% no estoque de empregados.   

tabela_-_pesp_atacado_1_trimestre_de_2016

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, assim como já havia sido observado no varejo e no setor de serviços do Estado, o comércio atacadista voltou a ter retração em seu mercado de trabalho no mês de março, resultado do enfraquecimento do consumo das famílias e da produção industrial brasileira, que afetam diretamente os pedidos aos setores atacadistas.  A continuidade de eliminação de vagas, segundo a Entidade, demonstra que o fundo do poço ainda não foi atingido para as vendas do comércio. 

Afinal, o fechamento de empregos nos setores comerciais e de serviços, que a Federação vem observando em suas pesquisas, tem o potencial aumentado pelo próprio efeito negativo que o desemprego em geral causa na economia. A partir do momento em que há retração do mercado de trabalho, há também queda da massa salarial e, consequentemente, diminuição do consumo agregado. Menor demanda resulta em recuo das vendas, corte de custos e diminuição de mão de obra empregada, em um círculo vicioso que poderá ser interrompido, entretanto, se medidas forem rapidamente adotadas pelo novo governo para restabelecer a confiança e incentivar os investimentos privados. 

Atacado paulistano

Foram eliminados, em março, 608 empregos com carteira assinada no comércio atacadista da cidade de São Paulo. A ocupação formal atingiu 206.123 empregados, queda de 0,3% na comparação com fevereiro. O saldo acumulado dos últimos 12 meses ficou negativo em 10.583 empregos, o que levou à diminuição de 4,9% do estoque total de trabalhadores no setor na comparação com março de 2015. 

Das dez atividades pesquisadas, apenas energia e combustíveis (+12), alimentos e bebidas (+146) e produtos farmacêuticos e higiene pessoal (+9) criaram empregos em março. Os destaques negativos do mês ficaram por conta dos setores de materiais de construção, madeira e ferramentas (-170) e de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal -305). 

Nota metodológica

A Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado) analisa o nível de emprego do comércio atacadista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e dez atividades do atacado: alimentos e bebidas; produtos farmacêuticos e higiene pessoal; tecidos, vestuário e calçados; eletrônicos e equipamentos de uso pessoal; máquinas de uso comercial e industrial; material de construção, madeira e ferramentas; produtos químicos, metalúrgicos e agrícolas; papel, resíduos, sucatas e metais; energia e combustíveis; e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho e Previdência Social, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista. 

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