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Economia

Em ano de restrição, comércio deve combater tributos e melhorar gestão

Para especialistas, varejo deve entender momento de ajustes, não esperar por estímulos, mas investir em seus negócios

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Em ano de restrição, comércio deve combater tributos e melhorar gestão

Ajustes nas contas e finanças do País são estratégias indicadas pela nova equipe econômica do Governo Federal para 2015. A sinalização é, também, um indício de que o comércio e demais setores devem contar com menos medidas de estímulos, como explica o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina.

"Não há medidas que o Governo possa adotar que consigam ajustar a economia e, ao mesmo tempo, auxiliar o consumo. Nesse momento, é preciso fazer um arrocho para que, no futuro, o Governo Federal possa adotar medidas que beneficiem não só o comércio, mas demais setores", avalia Pina.

Para o economista, faz parte do jogo de melhoria econômica o esforço individual de cada um dos setores. "As medidas de ajuste pressupõem algumas situações de restrição, inclusive de consumo". 

Na reta final do ano passado, o Governo ainda concedeu alguns benefícios fiscais para cerca de 60 setores da economia, por meio da Lei 13.043/2014. Entre as medidas estava a ampliação reabertura do parcelamento de débitos tributários em atraso, o chamado Refis da Crise, para dívidas que venceram até 31 de dezembro de 2013. 

Para o assessor jurídico da FecomercioSP, Luís Antônio Flora, apesar de positiva, a medida não atendeu às demandas do comércio. "Todo e qualquer incentivo fiscal para desonerar a folha de pagamento é sempre recebido de forma positiva. No entanto, as benesses proporcionadas pela medida estão aquém do almejado pelo setor do comércio e serviços, uma vez que, nem sempre, a folha de pagamento é o encargo que mais onera o setor e sim a carga tributária que atualmente lhe é imposta", comenta.

Para Flora, as medidas de estímulo não têm olhado para o comércio como deveriam. "O referido dispositivo não trouxe um benefício real ao setor do comércio e serviços e o Governo Federal não tem logrado êxito nas tentativas de adotar medidas para desoneração dos setores da indústria, comércio e serviços. Muito pelo contrário, temos notado medidas que acarretaram no aumento da carga tributária e prejuízo à produtividade", critica.

Para este ano, o advogado acredita que é preciso aguardar a transição de governantes, mas que a principal demanda que deve ser levada em conta é a redução dos tributos. "A reivindicação é antiga, mas se depara com a situação de a sociedade querer reformas para reduzir a carga tributária, enquanto o governo quer aumentá-la", avalia.

Fábio Pina ainda ressalta. "O que a gente pede é que o máximo possível do esforço do Governo seja do lado das despesas, com eficiência do Estado. Temos que combater novos impostos".

Comércio independente
O gerente de produtos e marketing do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Eduardo Sylvestre, acredita que, com o momento de restrição do Governo, o comerciante deve usar estratégias internas para driblar os obstáculos econômicos. "O varejista não deve ficar esperando o Governo tomar medidas. Ele mesmo deve tomar suas medidas e investir em sua micro economia, dentro de sua empresa, com melhoria de sua gestão, redução de suas deficiências, aprimoramento de seus processos, consolidação de parcerias mais forte com os fornecedores, aumento de prazos para pagamentos e redução para recebimento de mercadorias, além de investir no treinamento de funcionários", aconselha.

Foco no varejo
Para Fábio Pina, da FecomercioSP, o ano deveria ser aproveitado pelo Governo para dar a real importância que o comércio tem na economia nacional. "Se o Governo quiser estimular um setor por conta do emprego, tem que ser o de comércio e serviços porque é quem emprega 65% da mão de obra no País. O Brasil ainda tem a visão muito industrial, mas já não é um país industrial. Como não era agrícola na década de 30 e hoje é de comércio e serviços", considera.

O economista sugere, por exemplo, que o País invista em formação profissional para o setor. "É preciso olhar com mais cuidado a formação educacional dessas pessoas". Pina estima que o custo da educação de trabalhadores para o setor não deve ser elevado, sendo um investimento em longo prazo, com resultados benéficos para a economia brasileira. 

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