Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Economia

Ainda sob reflexo da greve dos caminhoneiros, custo de vida na região metropolitana de São Paulo sobe pelo terceiro mês seguido

Segundo a FecomercioSP, alta foi de 0,97% em junho, a maior variação mensal desde fevereiro de 2016

Ajustar texto A+A-

Ainda sob reflexo da greve dos caminhoneiros, custo de vida na região metropolitana de São Paulo sobe pelo terceiro mês seguido

Grupo formado por alimentação e bebidas foi o principal responsável pela alta do indicador
(Arte: TUTU)

O custo de vida na região metropolitana de São Paulo registrou a terceira alta consecutiva em junho, de 0,97%, a maior variação mensal desde fevereiro de 2016, quando assinalava elevação de 0,98%. O indicador já havia registrado aumentos de 0,17% em abril e de 0,19% em maio. Assim, o índice acumula altas de 1,65% no ano e de 4,6% nos últimos 12 meses.

Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Veja também:
Proporção de famílias paulistanas endividadas cai pelo 3º mês seguido em junho, mas inadimplência segue estável
Consumidores estão mais cautelosos para financiamentos e endividamento diante de incertezas econômicas e políticas
Com greve dos caminhoneiros, intenção de consumo das famílias paulistanas cai 2,3% em junho

Entre as nove categorias que compõem o indicador, três registraram variação negativa em junho: educação (-0,07%), artigos do lar (-0,10%) e vestuário (-0,25%), porém, foram insuficientes para conter a elevação geral do custo de vida já que a soma dos pesos desses grupos no orçamento familiar é de cerca de 17%.

De acordo com a Entidade, o grupo alimentação e bebidas foi o principal responsável pela alta do indicador, com elevação de 2,07%. A paralisação dos caminhoneiros entre maio e junho e a consequente crise de desabastecimento teve impacto sobre os preços dos produtos perecíveis que principalmente exigem uma reposição de estoques mais frequente. O grupo habitação exerceu a segunda pressão mais relevante no medidor do custo de vida, com alta de 1,57%. Outro segmento que também favoreceu a manutenção do CVCS em patamares elevados foi o de transportes, com acréscimo de 1,04%.

Na segmentação por renda, as classes D e E foram as que mais sentiram os aumentos dos preços em junho, com altas de 1,56% e 1,49%, respectivamente. Enquanto as classes B e A foram as menos prejudicadas pelo comportamento do custo de vida em junho, assinalando variações de 0,67% e 0,71%, sucessivamente.

IPV
O Índice de Preços no Varejo (IPV) passou de 0,46% em maio para 1,24% em junho. Trata-se da maior variação desde novembro de 2015. No acumulado de julho de 2017 a junho de 2018, a alta verificada foi de 4,57%. Já nos seis primeiros meses de 2018, a elevação foi de 2,18%.

Quatro dos oito segmentos que compõem o indicador encerraram junho com recuo em seus preços médios: educação (-0,96%); saúde e cuidados pessoais (-0,16%); artigos de residência (-0,21%); e vestuário (-0,25%). Por outro lado, o segmento de alimentação e bebidas exerceu a maior contribuição de alta para o resultado geral do IPV, com elevação de 3,63%. Os maiores aumentos foram observados em batata-inglesa (13%), cebola (9,59%), maçã (10,04%), carne de porco (8,04%), acém (8,87%), costela (7,91%), frango inteiro (8,64%), ovo de galinha (9,41%) e leite longa vida (17,64%).

A segunda maior contribuição de alta foi do grupo de transportes, com alta de 1,31%, registando a maior variação no acumulado dos últimos 12 meses, (12,74%), entre as oito categorias pesquisadas. No mês, destacaram-se os aumentos nos preços de acessórios e peças (0,98%), motocicleta (1,61%), gasolina (3,67%) e etanol (3,63%).

O corte do IPV por faixas de renda indica que as classes D e E encerraram o mês com a maior variação, com elevações de 1,83% e 1,7%, respectivamente. Já as classes A e B foram as que sentiram menos as oscilações positivas nos preços, com variação de 0,81% e 0,88%, consecutivamente.

IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) inverteu a tendência, passando de um recuo de 0,10% em maio para um avanço de 0,69% em junho. No período compreendido entre janeiro e junho de 2018, a alta foi de 1,1%. No acumulado dos últimos 12 meses, a elevação foi de 4,63%.

O único segmento que encerrou junho com variação negativa foi o de alimentação e bebidas (-0,24%), puxado pelos seguintes itens: refeição (-0,07%), lanche (-0,56%), café da manhã (-1,59%) e doces (-0,32%).

Por outro lado, o segmento de habitação passou de uma alta de 0,47%, em maio, para um aumento de 2%, em junho. Os principais destaques foram aluguel residencial (0,30%), condomínio (0,47%), taxa de água e esgoto (2,28%), energia elétrica residencial (6,34%) e gás encanado (6,13%).

No recorte por renda, as classes A e B foram as menos impactadas pelo desempenho da alta dos preços em junho de 2018, com variações de 0,62% e 0,49%, respectivamente. As classes E e D foram mais prejudicadas e encerraram o sexto mês do ano com acréscimos de 1,17% e 1,15%, sucessivamente.

De acordo com a FecomercioSP, o comportamento observado em junho para os preços do varejo não surpreendeu. Os produtos alimentícios mostraram pressão nos itens in natura, em decorrência do clima adverso, que afeta a produção de alguns desses produtos, e também dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros. Segundo a Entidade, a greve não afetou somente a distribuição, mas também atrapalhou a cadeia produtiva, e isso deve ser sentido de forma mais residual ainda nos próximos meses.

Fechar (X)