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Economia

Empresas mais cautelosas contraem menos crédito apesar da queda dos juros

Priorizando quitar compromissos, investimentos são adiados em função da incerteza política do País

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Empresas mais cautelosas contraem menos crédito apesar da queda dos juros

Números indicam que há uma possível restrição por parte do sistema financeiro com aumento de juros e seletividade de crédito
(Arte/Tutu)

Em um cenário econômico mais estável comparado ao do ano passado, um assunto bastante comentado atualmente é a redução da taxa de juros ao consumidor e o aumento da oferta de crédito. Para as empresas, no entanto, o quadro não é o mesmo.

Estatísticas do Banco Central mostram que o saldo de crédito – os recursos em posse das empresas – caiu de R$ 791 bilhões em março de 2016 para R$ 727 bilhões no mesmo mês deste ano. Enquanto isso, no mesmo período, houve aumento de R$ 800 bilhões para R$ 862 bilhões para os consumidores.

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Os números indicam que há uma possível restrição por parte do sistema financeiro com aumento dos juros e seletividade do crédito. Porém, a taxa de juros média para pessoa jurídica caiu 32% em dois anos, ao passar de 31% ao ano (a.a.) para 21% a.a.. A inadimplência, que estava em trajetória de alta em março de 2016 (4,9%), atingiu 6% em maio do ano passado, mas voltou a cair, ficando em 4,4% em março deste ano.

Para os consumidores em geral, houve uma retração menor dos juros nesse período (-18%), além de que a taxa se manteve em nível mais elevado (57% a.a.). A inadimplência oscilou próxima à estabilidade no decorrer de 2016, entrando em trajetória de queda no ano passado.

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Dessa forma, seria sensato pensar que, com as reduções dos juros e da inadimplência, haveria um quadro favorável para obtenção de crédito. De fato, está mais barato contrair crédito na comparação com o ano passado. Contudo, a redução do saldo de crédito sinaliza que as empresas adotaram um comportamento de cautela e estão priorizando o acerto de suas contas.

Evidentemente, a crise abalou as finanças das empresas, que ainda estão em um período de dificuldade e de recuperação, até porque os cenários de médio e longo prazos são incertos em virtude das eleições deste ano. Por isso, neste momento, as empresas optam por quitar os compromissos e adiam decisões de investimentos.

Em contribuição ao setor privado, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) assinou, em abril, um acordo de cooperação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para divulgar as linhas de crédito oferecidas pela instituição, especialmente às micros, pequenas e médias empresas.

A iniciativa é uma alternativa para um grande número de empresas que esbarram na burocracia e na falta de garantias que são exigidas pelos bancos comerciais para concessão de crédito.

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