Negócios
20/07/2018Empreendedorismo no campo da ciência atrai investidores brasileiros
Em entrevista ao UM BRASIL, o cofundador da Ashoka, Bill Carter, fala que a organização passou a atuar em nível mundial após interesse de filantropos brasileiros
"Interessados em apoiar esse tipo de projeto são os mesmos que investiram na revolução digital", analisa
(Foto: Christian Parente)
Os investidores brasileiros têm interesse em impulsionar o empreendedorismo social na América Latina. Em entrevista ao UM BRASIL, o cofundador da Ashoka, Bill Carter, conta que os investidores apareceram após a organização internacional provar que existem por todo o mundo pessoas preparadas para atuar na área.
“Houve investidores filantropos brasileiros, pessoas dedicadas ao setor privado, que nos viram e, literalmente, vieram à nossa porta. Foi então que saímos dos pilotos na Índia e na Indonésia, na Ásia, e conseguimos elevar a Ashoka em nível mundial. Foi graças aos brasileiros que conseguimos nos lançar de verdade”, lembra.
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Carter afirma ao jornalista Leandro Beguoci e ao presidente da ONG Emerge, Guilherme Rosso, que o modelo do empreendedorismo social foge do padrão ao qual as pessoas estão acostumadas, pois é mais complexo. Ele diz ainda que os interessados em apoiar esse tipo de projeto são os mesmos que investiram na indústria do conhecimento no século 21, na revolução digital.
“Com as inovações da ciência ligadas à tecnologia, o caminho é maior, há mais etapas para cumprir. Começamos a ver investidores mais pacientes. Está surgindo um mercado de pessoas que querem se reunir para conhecer coisas novas. O conceito é investir no diferente”, afirma.
A Ashoka foi fundada em 1980 e, com o tempo, Carter percebeu que o empreendedorismo social passou a atrair cientistas de diferentes regiões do mundo. Essa configuração — de empreendedorismo no campo da ciência — é chamada por Carter de “ciempreendedorismo”.
Ele diz que essa mudança coincide com a busca atual das empresas por jovens para que eles encontrem as soluções aos desafios internos das companhias. Carter entende que investir em educação científica é a maneira de incentivar esses estudantes.
“Um dos maiores desafios no setor da educação é como criar uma força de trabalho no século 21, que seja fluente em ciências e tenha habilidades transformadoras. Assim, não será preciso esperar que a pessoas completem 21 anos ou mais para juntar todos esses elementos. Parte do trabalho é como desenvolver uma infraestrutura científica para que os jovens tenham o mesmo tipo de acesso que os ‘ciempreendedores’ têm”, conclui.
Confira a entrevista na íntegra:
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